Review | Tenet

Tenet é o grande lançamento dos cinemas nesta retomada pós-quarentena e distanciamento social causados pela Covid-19. As salas do Topázio Cinemas de Indaiatuba reabriram com toda a segurança para os clientes, e estavam à espera de uma superprodução para marcar esta nova fase. De um jeito ou de outro, ela chega nesta quinta-feira, 29 de outubro.

Ao contrário do que comentei na análise de Os Novos Mutantes, que talvez se saísse melhor no home vídeo que na telona, o novo trabalho de Christopher Nolan é exatamente o oposto. É um espetáculo para o cinema, com som Dolby e aquela imersão que só a sala escura nos proporciona.

John-David Washington (herói de Infiltrado na Klan, o ótimo filme que deu o primeiro Oscar a Spike Lee e que está disponível no Amazon Prime) é um agente da CIA recrutado para desbaratar uma ameaça mundial encabeçada por um inescrupuloso magnata russo.

Robert Pattinson é o Robin de John David Washington na trama que também tem roteiro de Christopher Nolan

Parece – e é – uma trama de 007, com Kenneth Branagh fazendo de seu Sator um vilão de manual.  É curioso como ele repete o personagem que fez em Operação Sombra: Jack Ryan, da mesma forma como a trophy wife Kat, de Elizabeth Debicki, se parece muito com o papel da atriz na minissérie O Gerente da Noite (The Night Manager, no qual o amante abusivo era Hugh “House” Laurie). A participação especial de Michael Caine também parece saída de Kingsman: Serviço Secreto.

Para se divertir com Tenet, esqueça a física quântica. Como em A Origem, mergulhe nas leis estabelecidas por Nolan, assim como M. Night Shyamalan sempre pré-determina as regras de suas tramas. O diretor esqueceu a pretensão filosófica de Interestelar e Dunkirk e retomou seu talento cênico para fazer uma diversão de primeira.

A escalação de Washington parece até antecipar os boatos que o próximo James Bond será negro (Idris Elba?). Ele é bom de briga, inteligente, resistente à tortura, boa pinta, charmoso, carismático, mas não mata indiscriminadamente e é um cavalheiro altruísta, ao invés de womanizer – fruto dos novos tempos.

 

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As cenas de ação são eletrizantes, com o aditivo dos efeitos da inversão do tempo, e os clichês do gênero espionagem são bem explorados. Não é sempre que o maníaco com complexo de Deus da vez é interpretado pelo maior ator shakespeareano de sua geração, e Branagh tem ótimos momentos vilanescos.

Robert Pattinson (para quem ainda não sabe, o próximo Batman) faz um bom sidekick para Washington como Neil; e Elizabeth Debicki (que está escalada para ser a princesa Diana na quinta temporada de The Crown) sustenta a tensão sexual com o herói, mesmo do alto dos seus 1,90 metro sem salto (e ela está quase sempre de scarpin).

Temos outras participações especiais além de Michael Caine: Clémance Poésy (da franquia Harry Potter) como a cientista que apresenta o tempo reverso ao protagonista; Aaron Taylor-Johnson (o Kick-Ass), como o operativo Yves; e Himesh Patel (da divertida comédia Yesterday) interpretando um dos agentes da equipe de Neil.

 

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