Review | Hotel Transilvânia 3: Férias Monstruosas

O diretor Genndy Tartakovsky é um grande conhecido no campo das animações. É de sua autoria os clássicos O Laboratório de Dexter e Samurai Jack, além da série animada Star Wars: Guerras Clônicas. Depois do sucesso do primeiro Hotel Transilvânia, em 2012, Tartakovsky optou por manter-se à frente da franquia em suas continuações. No entanto, chegou o momento de buscar alternativas.

Em Hotel Transilvânia 3: Férias Monstruosas, Drácula é surpreendido com um presente da filha: férias em um cruzeiro. Inicialmente resistente à ideia, ele acaba engajado no passeio ao se encantar pela comandante Ericka, mas um segredo pode arruinar esta paixão.

É uma característica dos filmes anteriores de Hotel Transilvânia apelar para uma veia humorística bastante infantil, seja com piadas de pum, personagens gigantes que tomam conta da tela, vozes engraçadas ou personagens fofos como o cachorro Pipi. Em Hotel Transilvânia 3 isso não é diferente, porém, é de se pensar: será que o público já não se cansou disso?

Já que Tartakovsky é tão conhecido das animações para a TV, talvez seja uma boa aproveitar a turma de Hotel Transilvânia exclusivamente em episódios mais curtos. Em Hotel Transilvânia 3: Férias Monstruosas, o estilo de esquetes compromete o todo. Há pouco tempo para tantos personagens e quando um aparece em cena, espera-se algo engraçado dele.

Algumas linhas do roteiro se apoiam tanto no humor à moda antiga que pode até ser perigoso ver crianças rindo de “o cachorro deve ficar preso sempre!” ou “posso te mostrar minhas partes?”. É uma problematização que deve servir de alerta, pois esse humor de décadas passadas, para as crianças de hoje em dia, não deveria funcionar mais.

Tecnicamente, Hotel Transilvânia 3 é muito bom e aqui destaco o trabalho da equipe nos cenários e objetos em cena. É justamente por tudo ser tão bonito e colorido de se ver, com personagens que se mexem exaustivamente, que o filme vai agradar as crianças que só querem rir de algo bobo na tela grande.

Mas, problematizações à parte, isso acaba sendo o que menos incomoda em Hotel Transilvânia 3: Férias Monstruosas. O principal é que tudo no filme exala animação das antigas – não no bom sentido – até mesmo nos minutos finais, quando a música Macarena é entoada. Se Tartakovsky quer tanto voltar ao passado, que explore a família do Drácula em sua série feita para a TV. No cinema, acredito que já chegou ao limite com eles.

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