Review | Aliados

Aliados virou notícia muito antes da estreia nos cinemas durante a conturbada separação entre Brad Pitt e Angelina Jolie. O motivo? Marion Cotillard aparecia como a possível pivô da separação do casal mais badalado de Hollywood. Fofocas a parte, Aliados finalmente estreia nos cinemas longe de polêmicas e sem maiores alardes.

O novo longa de Robert Zemeckis tem sim como maiores chamarizes as estrelas Brad e Marion, mas ao contrário do que possam sugerir, a química entre eles não é tão explosiva assim, o que deixa o filme um pouco menos interessante.

Aliados conta a história dos espiões Max Vatan (Brad Pitt) e Marianne Beausejour (Marion Cotillard), que se apaixonam perdidamente durante uma missão em Marrocos e decidem se casar. Os problemas começam anos depois, com suspeitas sobre uma conexão entre Marianne e os alemães. Intrigado, Max decide investigar o passado da companheira e descobrir a verdade sobre a amada.

A trama clássica mistura romance de época com mistério e suspense, mas nada de forma genuína. O roteiro apressado de Steven Knight não permite uma empatia imediata dos protagonistas com a plateia. De forma ligeira, os eventos envolvendo o casal são rapidamente explorados tornando difícil a assimilação de um grande amor e dos atos que se seguem. É necessário paciência para entender e ver essa relação engrenar.

O roteiro também sofre com o incômodo aspecto de ser um enorme dramalhão, muitas vezes exagerado, forçado em vários momentos. Muitas cenas são de gosto duvidosas. Tome como exemplo a primeira cena de amor do casal dentro de um carro no meio do deserto durante uma tempestade de areia. Também temos a inacreditável sequência do nascimento da filha do casal durante um bombardeio aéreo. As cenas são criadas para gerar emoção, mas aqui causam o efeito contrário, em grande parte pela falta de sutileza.

Zemeckis, sempre eficiente e eclético em sua filmografia, em seu novo filme parece mais contido e menos empolgado. Não que o diretor realize seu novo longa de qualquer maneira, pelo contrário, percebe-se os cuidados com os cenários e figurinos e as  belas sequências criadas utilizando um mosaico de cores interessantes. O diretor peca mesmo na construção do suspense que permeia todo o filme e pela falta de intrigas e reviravoltas. Falta nos diálogos e nas intenções aquela sensação de dúvida que deveriam estar presentes principalmente no personagem de Pitt em relação a mulher. A dualidade da personagem de Marion não é bem explorada, deixando o filme morno. O corajoso final pelo menos injeta algum sentimento de admiração pelo filme.

Talvez Robert Zemeckis tenha encontrado dificuldades no texto irregular de Steven Knight. Sobra para Brad Pitt e Marion Cotillard injetarem alguma vida nessa história, mesmo com pouco espaço para isso.

Aliados se inspira em grandes clássicos, mas sua atmosfera não permite a comparação com nenhum deles, ficando longe de ser um filme inesquecível.

 

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