Review | Brinquedo Assassino

Desde os primeiros trailers, a aparência bizarra do Buddi (e não mais Good Guy, como na trilogia original) davam a impressão de que este novo Brinquedo Assassino seria mais um remake caça-níquel que poderia ter ficado apenas no campo das ideias, mas até que a proposta trash funciona bem naquilo que se propõe: um boneco robotizado que perde seu filtro de conduta e passa a cometer vários assassinatos.

O filme abre com um comercial da empresa Kaslan, a fabricante do Buddi, apresentando o boneco e todas suas possibilidades. Nesta nova roupagem, o Buddi é capaz de se conectar a quaisquer outros aparelhos eletrônicos da casa que também sejam Kaslan, indo de aparelhos de TV a celulares e até carros (ou Kar, como chamado, uma espécie de Uber sem motorista). A sequência provoca risos nervosos, já que ver Buddi em um berço como babá-eletrônica mexe com o imaginário de quem acompanhou os 7 longas do Brinquedo Assassino. As comparações com Black Mirror fazem sentido já que esteve novo Buddi não é mais a alma de um bandido presa no corpo de um boneco à procura de um novo “hospedeiro”.

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Mas como fazer um boneco sem vida virar um assassino sádico da noite para o dia? Bem, após a apresentação do Buddi, a história do roteirista Tyler Burton Smith nos leva para uma fábrica no Vietnã onde os bonecos são fabricados, lá um funcionário mal pago e cansado do trabalho explorador – crítica social em Chucky?! – resolve se vingar removendo todos os tipos de filtros do boneco que está montando, esse boneco irá parar nas mãos de Andy (interpretado por Gabriel Bateman, que aos 15 anos já emplaca seu terceiro terror: Quando as Luzes Se Apagam e o primeiro Annabelle são os anteriores, uma infância assustadora), após outro cliente recusá-lo por defeitos de fabricação.

Quem leva o brinquedo de presente para Andy é sua mãe (Aubrey Plaza de Ingrid Goes West), funcionária da loja onde o Buddi defeituoso é devolvido. Como o filho tem dificuldade em fazer novas amizades e um policial que mora no mesmo prédio é a única pessoa com quem ele conversa, a mãe acredita que o brinquedo irá fazer o garoto socializar mais. Por um lado ela estava certa, já que Andy faz novos amigos na vizinhança, mas é exatamente em Buddi (que se auto-nomeia Chucky) que ele encontra o melhor amigo e seu grande protetor.

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O diretor Lars Klevberg não tem pressa alguma em partir para o banho de sangue e a contagem de corpos já aguardada por nós, ele utiliza boa parte do primeiro e segundo ato apresentando divertidas sequências de Andy ensinando algumas coisas a Chucky que, assim como uma criança sem filtros (leia-se sem noção de moral), não vê maldade ao manusear uma faca e admira a reação dos jovens gargalhando dos assassinatos em O Massacre da Serra Elétrica, numa típica sessão de cinema em casa.

É quando Andy descobre que o boneco não tem o filtro de palavrões (e pior, o de moral, de segurança e quaisquer outros que o barrariam em um teste de fábrica também estão ausentes) que as coisas começam a ficar estranhas. Não demora muito para que o primeiro assassinato aconteça e Andy tenta se livrar de Chucky (voz de Mark Hamill, na árdua tarefa de substituir Brad Dourif) que promete fidelidade eterna ao garoto, culminando num terceiro ato que remete aos clássicos, em um ambiente amplo mas que se torna claustrofóbico, onde a família terá de se unir para vencer o mal em forma de boneco, agora com diversas tecnologias para lhe auxiliar e um exército ao seu lado.

Obviamente, Brinquedo Assassino não é um filme de dar sustos e nem irá nos fazer perder noites de sono, o reboot se assume como uma sessão com pretensão de divertir que surfa na onda do clássico e da nova leva de remakes que invadiram Hollywood, nisso se sai bem, ainda que não traga nada de muito novo para o gênero.

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