Review | O Protetor 2

Na década de 80, os filmes de ação “de um homem só” surgiram aos montes e fizeram sucesso graças a astros como Charles Bronson (Desejo de Matar), Bruce Willis (Duro de Matar), Chuck Norris (Braddock – O Super Comando), Arnold Schwarzenegger (Comando para Matar) e Sylvester Stallone (Rambo).

Nos anos 90, o gênero já havia caído na mesmice e mostrava desgaste, até que os anos 2000 chegaram e junto deles vieram os remakes e sequências que ninguém havia pedido, como Rambo IV (2008) e o recente Desejo de Matar (2018), agora com Bruce Willis no papel que já havia sido de Charles Bronson.

Em contrapartida destes remakes, notou-se que o gênero começava a ganhar fôlego graças a filmes como A Identidade Bourne (2002), que praticamente marcou a virada de página no gênero, trazendo a ele diretores que se preocupavam mais com a coreografia das cenas de ação, deixando de lado o exagero das explosões e a ação brucutu dos anos 80.

Vieram então filmes como Busca Implacável (2008), John Wick (2014), O Protetor (2014) e Atômica (2017). Filmes com um plot simples, mas com uma ação mais real e personagens mais vulneráveis.

Outra grande semelhança destes filmes é notar como eles trouxeram atores e atrizes de idade avançada ao gênero. Liam Neeson na casa dos 50 e 60 anos estrelou Busca Implacável e também quatro filmes com o diretor Collet-Serra (Desconhecido, Sem Escalas, Noite Sem Fim e O Passageiro), Keanu Reeves aos 50 anos estrelou John Wick, Charlize Theron aos 42 anos estrelou Atômica e o duas vezes vencedor do Oscar, Denzel Washington, aos 60 anos estrelou o primeiro O Protetor.

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O Protetor

Com direção de Antoine Fuqua (Dia de Treinamento), em O Protetor (2014) conhecemos Robert McCall (Washington), um homem que simulou a própria morte para se esconder do passado violento dos tempos de serviço para as forças armadas e poder levar uma vida pacata em Boston. Até que se vê envolvido contra uma rede mafiosa e decide retornar aos seus dias de fazer justiça com as próprias mãos e ajudar os indefesos.

Enquanto no primeiro filme havia a questão de McCall retornar ou não ao seu passado, sua moral se baseava na frase de Mark Twain que abre o longa: Os dois dias mais importantes da sua vida são: o dia em que você nasceu, e o dia em que você descobre o porquê, e McCall parece enxergar isso a certa altura.

O Protetor 2

Em O Protetor 2, Fuqua mostra McCall levando uma rotina comum como motorista de um aplicativo estilo Uber enquanto vai fazendo pequenas justiças por aí, como ajudar uma jovem passageira que é jogada em seu carro após sofrer abuso de alguns engravatados. E é justamente nesse vai e vem de suas viagens que McCall mais uma vez se vê no dilema de resolver um assassinato, só que dessa vez de alguém bem próximo a ele.

Contando com a volta de nomes como Melissa Leo (O Vôo) e Bill Pullman (Independence Day: O Ressurgimento) que dessa vez ganham mais importância na trama, o elenco também ganha algumas adições, como Pedro Pascal (Kingsman: O Círculo Dourado) e Ashton Sanders (Moonlight – Sob a Luz do Luar), também valorizados pelo roteiro.

Mais uma vez a longa duração do filme joga contra ele, não há um grande atrativo para que a história se desenrole por 120 minutos. Por mais que Fuqua queria deixar a história mais próxima do real o possível e mostrar a vida que McCall leva, o primeiro ato fica exaustivamente longo, além disso, a trama de assassinatos e conspirações que McCall se envolve não é tão surpreendente para se fazer tanto mistério.

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É bom no drama

Com um roteiro inchado e cenas de ação que não são tão empolgantes quanto as do filme anterior, O Protetor 2 acaba se valendo mais uma vez da persona de Denzel Washington, que traz de forma competente uma boa carga dramática ao personagem Robert McCall, principalmente nos momentos em que demonstra uma relação quase paternal com o jovem Miles (Sanders).

Se por um lado O Protetor 2 não adiciona nada de muito interessante à trajetória de McCall, por outro lado, vemos um personagem mais humano do que nunca, definitivamente descobrindo o porquê de ter nascido e, nos minutos finais, voltando ao passado de maneira bastante emocionante.

 

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