Review | Vingadores: Guerra Infinita

Tudo começou em 2008, quando Homem de Ferro foi o primeiro filme de um universo compartilhado entre 18 filmes e mais de 20 heróis. E é agora em Vingadores: Guerra Infinita, depois de tantas batalhas, filmes e teorias que finalmente chega o momento destes heróis enfrentarem a maior ameaça que já tiveram: Thanos (Josh Brolin).
Justamente por tudo o que já havia sido mostrado até então, algo grandioso era aguardado, porém com um detalhe: esta batalha não será a última, mas sim apenas a primeira parte de uma guerra dividida em duas.

O plot do filme é desnecessário contar, qualquer um que acompanhou o universo sabe que o principal a ter em mente é: Thanos está indo atrás das pedras do infinito e os Vingadores e os Guardiões da Galáxia tentarão impedi-lo. E Vingadores: Guerra Infinita é justamente isso, os heróis se dividem em grupos, por acaso ou por conveniência, para confrontar Thanos que envia diversos capangas para coletar algumas joias enquanto ele próprio vai atrás de outras, inclusive uma que ele não sabe onde está.

Esta fragmentação seria interessante se bem desenvolvida, mas isso acaba deixando a trama muito superficial, os personagens que já conhecemos (e é nisso que o longa se apega) aparecem, mas geralmente não mostram a que veio, com exceção de alguns poucos (poucos mesmo).

Esta crítica é basicamente pelo fato de Vingadores: Guerra Infinita se basear em tudo que fora construído até então, e se alguns heróis mais importantes deste universo já mostraram isso, por que aqui são deixados de lado? Muitos deles não justificam aparecer, a não ser pelo fato de: precisamos encaixar todos aqui.

Vendo pelo lado bom, isso dá abertura a personagens que antes não tiveram tanto espaço e que aqui têm grande destaque: Gamora (Zoe Saldana), Feiticeira Escarlate (Elizabeth Olsen) e Doutor Estranho (Benedict Cumberbatch) são os heróis que dão a tônica do longa. Além deles, Thor (Chris Hemsworth) também rouba a cena diversas vezes e vai se mostrando um dos melhores personagens dessa nova fase da Marvel. É até uma pena supor que um dia ele saia de cena, diferentemente de Tony Stark e Capitão América, esse novo Thor faz muito bem ao universo.

Quanto aos demais, vou evitar comentários, até porque cada um tem seu preferido e falar qualquer coisa sobre eles dentro da história seria estragar a experiência, mas eu preciso destacar Drax (Dave Bautista) e Rocket Racoon (Bradley Cooper), de longe os melhores piadistas do filme, que sim, tem humor, e funciona muito bem (finalmente!).

Em contrapartida ao humor existe o lado mais sério e sombrio, que reserva a Vingadores: Guerra Infinita os melhores momentos, principalmente nas cenas entre Thanos e Gamora. Toda a construção dessa relação – mesmo que rápida – é muito bem levada pelos irmãos Russo, com flashbacks, diálogos e uma aparição inesperada que vão agradar não só os fãs das HQs, mas também os do universo cinematográfico.

E por falar em universo cinematográfico, o calcanhar de Aquiles de Vingadores: Guerra Infinita é que ele não será lembrado por suas cenas de ação. Elas estão lá, mas muitas vezes não sentimos o impacto dessas cenas e tampouco um nível alarmante de ameaça – aqueles capangas do Thanos se mostram ameaçadores a princípio, mas todas as cenas com eles são extremamente fracas e não rendem boas cenas de luta.

Por tudo isso, Vingadores: Guerra Infinita funcionará nostalgicamente aos fãs dos heróis que cresceram vendo nos quadrinhos tais lutas, mas para quem gosta de cinema e se apega a boas cenas de ação, pode sair decepcionado. O que é uma pena, já que os irmãos Russo tinham mostrado no que eram realmente bons em Capitão América 2: O Soldado Invernal e Capitão América: Guerra Civil.

Vingadores: Guerra Infinita nos prepara para a parte 2 e por isso não tem tanto conteúdo – que parece ter sido todo reservado para tal (espero) – a ameaça chega, os heróis são pegos de surpresa e se reúnem, muitos não conhecem o vilão e até se espantam quando Thanos fala o nome de um deles “você me conhece?”. A pergunta que fica na minha cabeça ao final da única cena pós-crédito é: E nós, gostamos de tê-lo conhecido? Eu sim, e graças a ele o filme não é totalmente esquecível.

 

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