Review | Irmãos Sun (Netflix)

Ultimamente, a tradicional mãe judia das anedotas americanas (contadas por comediantes de ascendência hebraica) vem tendo a concorrência das donas de casa asiáticas, muito por conta a ascensão de humoristas de origem chinesa e coreana. E ninguém vem encarnando melhor esse estereótipo que Michelle Yeoh, que, aliás, ganhou um Oscar fazendo esse papel.

Em Irmãos Sun, ela é a matriarca de uma tríade de Taiwan, que se esconde em Los Angeles com o filho Bruce (Sam Song Li, de Better Call Saul), que nada sabe sobre os negócios da família. Após um atentado, o irmãos mais velho Charles (Justin Li, da série Continuum), um assassino conhecido como Perna de Mesa (!) vai ao encontro deles por achar que eles correm perigo também.

A série é divertida, com muita porradaria ao estilo chinês, uma trama que tem até raízes históricas, mas o roteiro tem muitos furos e parte do elenco não acompanha o nível de Michelle, o centro gravitacional da série.

Não é o caso de Justin Li, encarnando de modo convincente o gangster durão que começa a amolecer em contato com a mãe e o irmão. Sam Song Li, por outro lado, não tem o carisma necessário para segurar a onda do filhinho da mamãe que tem que se impor diante do perigo.

Tem ainda o amigo irritante T.K. (Joon Lee), a promotora/ex de Charles (Highdee Kuan, linda como uma atriz de dorama, mas expressiva como um tofu), o interesse romântico de Bruce, Grace (Madison Hu, oriunda da Disney, que acho que foi prejudicada pelo roteiro) e a perigosa June (Alice Hewkin), até que manda bem, mas dentro de um clichê.

Irmãos Sun foi boa o suficiente para me fazer maratoná-la em uma noite e tem toda a cara de ganhar uma segunda temporada.

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