Peaky Blinders é um dos maiores fenômenos Made in England dos últimos anos, com sua estética de videoclipe, violência estilizada e um elenco afiado, encabeçado por Cillian Murphy, um ator talentoso que finalmente achou o papel da sua vida como Thomas Shelby.
No Brasil, a série recebeu o subtítulo de Sangue, Apostas e Navalhas para relacioná-la à estética de Guy Ritchie (Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes; Snatch: Porcos e Diamantes), a quem o showrunner Steven Knight deve muito, de fato.
Esta sexta e última temporada já começa com um gap insuperável, que foi a morte de Helen McCory, a tia Polly, de câncer, durante o período em que as filmagens estavam paralisadas por causa da pandemia do Covid-19.
A ausência da personagem criou um buraco na narrativa da atriz e um evidente luto na equipe. Mas, the show must go on, e a série precisava de um desfecho. Ou quase.
O vilão da temporada anterior, Oswald Mosley (Sam Clafin, de Como Eu Era Antes de Você), continua a conspirar contra a democracia em prol da implantação de um regime fascista no Reino Unido, mas agora tem a companhia do magnata americano Jack Nelson (James Frecheville), tio de Gina Grey (Anya Taylor-Joy, de Gambito da Rainha), como inimigo de Thomas Shelby.
Se Mosley (pai de Max Mosley, chairman da Fórmula 1 durante décadas) é um personagem histórico, Jack é fictício, mas inspirado em Jack Kennedy, patriarca da mais famosa dinastia americana, que ficou rico contrabandeando álcool na Lei Seca.
Como ambos não receberam o payback ao final da série, desconfio que vai ficar para o prometido longa-metragem Peaky Blinders.
Esse é um problema desta temporada: as pontas soltas deixadas para resolver no filme, deixando frustrado o espectador que aguardava um desfecho. Além do roteiro, bem aquém de anos anteriores.
+ Ainda não há comentários
Add yours