A retomada do universo Star Trek

 

Star Trek é uma das maiores e mais queridas franquias da cultura pop, com quase 60 anos de idade, várias séries e filmes.

Fora da TV desde 2005, com o encerramento de Enterprise (Netflix), a franquia voltou às telas somente em 2016, com Stark Trek: Discovery (Paramount+), que trouxe esse universo de volta em um prequel da Série Original (Netflix).

No entanto, mudanças nos uniformes da frota, na aparência dos klingons, o clima sóbrio e a aparição de uma irmã adotiva de Spok de quem nunca ouvimos falar incomodaram muitos fãs. Apesar disso, muito em função do carisma de Sonequa Martin-Green como Michael Burnham, a série vem sobrevivendo há quatro temporadas.

O ano de 2020 marcou a estreia de Picard (Prime Video), com Patrick Stewart retornando ao papel de A Nova Geração (Netflix), já idoso como almirante da Frota Estelar aposentado. A série trouxe também o retorno da borg Sete de Nove (Jeri Ryan), de Voyager (Netflix), ao elenco fixo, além de diversas participações especiais.

Uma segunda temporada veio este ano e uma terceira e última, com grande parte da tripulação de A Nova Geração, estreará no ano que vem.

Além disso, duas animações surgiram com o objetivo de conquistar um público mais jovem: Lower Decks, em 2020, e Prodigy, em 2021, ambas na Paramount+, que em breve deve abrigar tudo de Star Trek. A primeira, com traço cartunesco e assinatura de Mike MacMahan, do cult Rick & Morty; e a segunda em computação 3D caprichada e personagens rebeldes adolescentes.

Finalmente, este ano chegou Strange New Worlds (Paramount+), um spin off de Discovery, tendo como protagonistas Jonathan Pike (Anson Mount, o Raio Negro de Inumanos e Doutor Estranho no Multiverso da Loucura) – o capitão da Enterprise antes de James T. Kirk – e um jovem senhor Spok (Ethan Peck, de O Céu da Meia-Noite).

Na série original, Pike estrela o piloto, na pele de Jeffrey Hunter – o Jesus Cristo de Reis dos Reis e o companheiro de jornada de John Wayne em Rastros de Ódio – junto com o vulcano, já interpretado por Leonard Nimoy. Esse protótipo foi descartado para a troca de comando por William Shatner, mas acabou sendo aproveitado na forma de um episódio duplo, ainda na primeira temporada.

A série busca retomar o espírito aventureiro e desbravador daquela imaginada por Gene Roddenberry em plena corrida espacial rumo à Lua. Não é coincidência que vivemos hoje um novo clima de competição entre países e bilionários para chegar a Marte.

Segundo a série For All Mankind (Apple TV+), se os soviéticos tivessem chegado à Lua antes, a corrida espacial não teria acabado e as conquistas tecnológicas a partir dela permitiriam chegar ao planeta vermelho ainda nos anos 1990. Uma hipótese “fascinante”, como diria Spok.

A resposta a Strange New Worlds foi excelente, e se tornou o produto – filme ou série – Star Trek mais bem avaliado no Rotten Tomatoes, com 99% de críticas positivas. É um renascimento para essa franquia que, embora mais antiga, vivia na sombra de Star Wars. O primeiro longa, de 1979, só surgiu por causa do hype provocado por Uma Nova Esperança, dois anos antes.

Agora o jogo virou, com o universo da Enterprise emplacando diversos produtos promissores ou ótimos, e a galáxia muito, muito distante de George Lucas amargando um final de terceira trilogia abaixo da crítica e uma gigantesca frustração com a série Obi-Wan Kenobi. Tomara que a terceira temporada de Mandaloriano redima os fãs desses desastres.

Em relação a Star Trek, só podemos desejar uma vida longa e próspera a esta retomada.

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