Review | Percy Jackson e os Olimpianos (Disney+)

Apesar de renderem dois longas-metragens, a franquia cinematográfica Percy Jackson, além de ser odiada pelos fãs dos livros de Rick Riordan, não entusiasmou muito o público leigo, apesar de ter revelado Alexandra Daddario. Quando a Disney anunciou que faria uma série fiel aos romances, com a participação do próprio escritor, os aficionados se entusiasmaram e criaram um pequeno hype a respeito.

Percy Jackson e os Olimpianos – baseado no primeiro volume, Percy Jackson e o Ladrão de Raios – terminou na semana passada, gerando opiniões divididas. Um dos pontos fortes é o elenco, mais próximo da idade dos personagens literários, especialmente o protagonista Walker Scobell, que foi a versão criança de Ryan Reynolds em Projeto Adams, da Netflix.

O garoto é carismático e tem aquele ar destemido que se pede num semideus, filho de Poseidon (Toby Stevens, de 007 – Um Novo Dia para Morrer). É bem secundado por Leah Jeffries, que interpreta Anabeth, filha de Atena, e foi uma das filhas de Idris Elba em A Fera; e Aryan Shimhadri, no papel do sátiro Glover e que atuou na mais recente versão de Doze é Demais.

A série é uma história de origem de como Percy (que vem de Perseu, o herói grego que matou a Medusa) descobre que é um semideus, e que junto com poderes também carrega a maldição do filho proibido, pois Zeus havia vedado aos deuses se unirem a humanos (justo ele, o tomelirrola do Olimpo).

Ele é educado pela mãe Sally (Vanessa Kull, de Big Little Lies) para o momento em que deve se dirigir ao acampamento dos semideuses, comandado pelo centauro Chiron (o veterano Glynn Turman, de Gremlins), o mesmo que educou Héracles. Lá, ele conhece Anabeth e Luke (Charlie Bushnell), filho de Hermes.

Essa primeira parte da jornada do herói passa por descobrir quem roubou o raio-mestre de Zeus, furto que pode provocar uma guerra entre ele e Poseidon. O trio principal é encarregado de desvendar o crime e devolver a arma ao Olimpo em um prazo exíguo.

Dentro do universo de Riordan, os deuses habitam os EUA e tanto a morada dos deuses como o Hades ficam em algum lugar do território americano. No caminho, eles enfrentam uma série de monstros míticos, como harpias e a própria Medusa (Jessica Parker Kennedy), numa interessante variação da versão de Uma Thurman no longa de 2010.

Diversas caras conhecidas aparecem como os deuses gregos, com destaque para Lin-Manuel Miranda (o autor de Hamilton) como Hermes e Lance Redddick, o concierge do The Continental, como Zeus, no que deve ser a última aparição do ator que faleceu pouco antes do lançamento de John Wick 4.

Com seus episódios curtos, a série teria se beneficiado mais com um lançamento à la Netflix, para ser maratonado. Exibido uma vez por semana, obriga o espectador lembrar do que aconteceu antes, e para ser franco, não chega a ser memorável.

Mas é um produto honesto, feito para o público-alvo da Disney. Se não for um fiasco de audiência (e, meldels, Ewan McGregor está fazendo campanha por uma segunda temporada de Obi Wan) deve ter continuação. E tem que ser rápido, antes que os moleques cresçam demais.

PS: a Disney ouviu as preces dos fãs e já confirmou a segunda temporada da série. Como o próprio Riordan anunciou: “Levante âncoras. Içar a vela grande. Todos no convés, semideuses. Estamos indo para o Mar de Monstros”.

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