Review | The Boys (2ª Temporada COM SPOILERS)

Terminou na última sexta, dia 9, a segunda temporada de The Boys – o Stranger Things da Amazon Prime Video. Prova disso é a forma inusitada da plataforma de streaming lançar os episódios: três de uma vez e depois um por semana, ampliando o hype nas mídias sociais e youtubers especializados.

A confiança no produto é tanta que antes da estreia este ano, uma terceira temporada já havia sido confirmada, com o anúncio de Jensen Ackles, o Dean Winchester de Supernatural, no elenco. A partir de agora, SPOILERS.

Esta temporada começa como uma extensão natural da anterior, com The Boys sendo os terroristas mais procurados do mundo e Homelander ou Capitão Pátria (Anthony Starr) tentando se conectar com seu filho recém-descoberto.

Butcher ou Bruto (Karl Urban) acorda num local desconhecido e, sabendo que Becca (Shantel VanSanten, que também está em For All Mankind, da Apple TV+… assistam!) está viva, vê redobrada sua motivação de derrubar o conglomerado Vought, que administra os supers.

Feminazi

A novidade é a introdução de Tempesta (Aya Cash), uma misteriosa nova integrante dos Sete, com poderes similares da Tempestade dos X-Men. Primeira ironia da temporada: enquanto Ororo é um símbolo de orgulho afro-americano, Tempesta não é apenas racista, mas viúva do cientista nazista Frederich Vought e um de seus primeiros experimentos. Esta revelação no quarto episódio é que faz a temporada começar para valer.

A personagem é quem cria a nova agenda da Vought, que a partir da revelação de que aplicou o Composto V em crianças recém-nascidas, vê na distribuição do soro como proteção aos superterroristas uma oportunidade de negócios. A dela, é a mesma de seu mentor Adolf Hitler: criar uma raça de supremacistas brancos superpoderosos e extinguir as demais etnias. Essa é uma ótima sacada da série: equiparar a agenda trumpista de American First com o Nazismo, já que ambos usam o medo para controlar as massas.

Para atingir seus objetivos, Tempesta manipula o próprio Capitão Pátria, usando sua “kriptonita”, que é a carência afetiva. Isso fica claro na conclusão da temporada, quando Maeve (Dominique McElligott) finalmente sai de cima do muro e chantageia o Superman do mal. Nota-se que no desfecho (será?) da vilã, Ryan (Cameron Crovett) dá a entender que pode ser ainda mais poderoso que o pai, já que, enquanto a visão de calor de Homelander era apenas um estimulante sexual para nazista sadomasoquista, a do menino fez churrasquinho dela.

Easter eggs

Outro alvo do roteiro são os cultos tipo Cientologia, na forma da Igreja do Coletivo, com suas frases de autoajuda e promessas de uma vida melhor. Nesta temporada, o fundador e líder dá as caras na figura de Goran Visnijic, ator croata que trabalhou com o showrunner Eric Kripke em Timeless. Aliás, outra egressa dessa série de vida relativamente curta é a intérprete da senadora Victoria Neuman, Claudia Doumit, que parecia uma participação secundária, mas que já se anuncia como fundamental na terceira temporada,

Falando em participações especiais, uma das mais divertidas foi a de Shawn Ashmore como Facho de Luz. Para quem não lembra, ele foi o Homem de Gelo da franquia X-Men, e no segundo filme dos mutantes tinha uma rixa pessoal com Pyro, com poderes similares ao de seu personagem em The Boys.

Outro easter egg de cinema é quando o garoto Ryan revela seus poderes ao pai, em cena muito parecida com a que Jason White mostra que é mesmo filho de Clark Kent em Superman – O Retorno.

Casal fofo

O arco de Hughie (Jack Quaid) e Starlight ou Luz-Estrela (Erin Moriarty) é, talvez, o mais decepcionante da temporada. O romance evolui aos trancos e barrancos, ao mesmo tempo em ambos se empenham em derrubar a Vought por meios menos violentos que o de Butcher, com efeitos muito diferentes do esperado.

No final, ele parece se envolver no que deve ser uma das frentes novas da série, enquanto ela acaba no mesmo lugar em que começou.

O contraste na evolução desses personagens é gritante, principalmente em relação aos coadjuvantes Frenchie (Tomer Capon) e Kimiko (Karen Fukuhara).

 

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