Review | Legion

O ano de 2017 é um turning point na carreira do ator inglês Dan Stevens, que apareceu para o mundo em Downtown Abbey. No cinema, estrela um dos maiores sucessos deste semestre, a versão live-action de A Bela e a Fera. É verdade que mal dá para reconhecê-lo sob a maquiagem, digitalização e voz eletronicamente alterada, apenas no final ele dá as caras, mas pela reação da mulherada, agradou em cheio como galã de Emma Watson.

Na TV, ele é o protagonista de Legion, a primeira série da Fox no universo mutante que adquiriu da Marvel anos atrás, cuja primeira temporada terminou na última quinta-feira, 30 de março, com apenas oito episódios. É o melhor e mais original programa do gênero super-herói. Para quem não lembra, Legion é um anti-herói filho de Charles Xavier, e que além de um enorme poder mental, sofre de múltiplas personalidades. Essas últimas características é que serão a base do personagem na TV.

Stevens é David Heller, diagnosticado como esquizofrênico, e que após uma tentativa de suicídio é internado em um manicômio curiosamente chamado Clockwork (Clockowork Orange é o título original de Laranja Mecânica). Lá ele conhece a bela Sidney (Rachel Keller, da segunda temporada de Fargo), uma garota que não deixa ninguém tocá-la, mas que se apaixona por David, dando início a um namoro. Após um incidente deflagrar seu poder, ele foge do hospital, busca abrigo com a irmã mais velha, sem saber que é procurado por uma organização governamental dedicada a caçar mutantes. Ele é capturado, mas Sidney encontra um grupo de mutantes que também procura por David, mas para que ele entenda e aprenda sobre seus poderes.

Tudo isso acontece no sensacional primeiro episódio (que termina num plano sequência de tirar o fôlego), contado fora da ordem cronológica e com diversos flashes que só serão desvendados mais tarde. É belo, complexo e original. Faz um paralelo interessante com Fragmentado, de M. Night Shyamalan, atualmente em cartaz no cinema, mas é ainda mais radical na abordagem dos estados mentais alterados. Méritos para o criador da série, Noah Hawley, responsável também pela série televisiva Fargo, que trouxe para a equipe de roteiristas duas lendas das HQs: Chris Claremont, que assinou a grande fase dos X-Men ao lado de John Byrne; e Bill Sienkiewcz, autor das graphic novels Elektra Assassina e Demolidor: Amor e Guerra ao lado de Frank Miller.

O elenco também é um trunfo de Legion, que traz ainda Aubrey Plaza (Parks and Recreations), Jean Smart (também da série Fargo), Bill Irwin (A Dama na Água), Amber Midthunder (A Qualquer Custo) e Jemaine Clement (Homens de Preto 3).

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