Review | O Assassino: O Primeiro Alvo

Mitch Rapp (Dylan O’Brien) é um jovem cuja vida muda completamente após sobreviver a um ataque terrorista ocorrido em uma praia, no qual sua noiva morreu diante de seus olhos. Decidido a iniciar uma empreitada individual contra o terrorismo, ele acaba sendo recrutado pela CIA. Antes, porém, ele precisa passar pelo treinamento de Stan Hurley (Michael Keaton), um veterano que não simpatiza com o jovem. Adaptado da obra de Vince Flynn – morto em 2013 aos 47 anos – American Assassin serve de base para o roteiro e é o primeiro livro de uma série de 15 aventuras lançadas pelo autor.

Se na literatura as aventuras de Rapp empolgam os leitores – acredito que no Brasil a parcela de fãs deva ser mínima – a estreia nos cinemas não deve obter o mesmo resultado. Tudo devido a uma incômoda falta de personalidade que vai rondar a mente do espectador ao longo das duas horas de projeção.

O roteiro é basicamente uma somatória de vários elementos encontrados em diversos outros filmes do gênero. Não inventa, nem sai do lugar comum. Prefere seguir caminhos conhecidos e se contenta com uma ação genérica e pouco empolgante. Quando se arrisca, acaba entregando um desdobramento pouco convincente, numa sequência final que envolve uma bomba atômica. Fica nítido que o orçamento do filme não estava preparado para a utilização dos efeitos visuais necessários para a realização da ação final.

O diretor Michael Cuesta – o mesmo de O Mensageiro (2014) e da premiada série Homeland – não empolga na direção e precisa recorrer a truques fáceis para deixar a ação mais interessante e acertar o ritmo do filme. O pior é que a ação até começa bem numa empolgante sequência na praia – mesmo exagerando na violência gratuita – mas o que se vê depois são cenas cansativas e pouco inventivas.

Dylan O’Brien convence nos tons amargurados do personagem. Depois de um grave acidente durante as filmagens de Maze Runner: A Cura Mortal, o jovem ator tem a oportunidade de protagonizar a produção, e mesmo limitado às situações da narrativa, consegue entregar um bom desempenho, demonstrando enorme carisma, esbanjando talento para a ação e o drama. Michael Keaton apresenta seu personagem menos empolgante desde a gloriosa retomada aos holofotes, ocorrida em 2014 com o oscarizado Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância).

A previsibilidade de todo o material não consegue colocar o filme num patamar aceitável para o início de uma franquia. Se fosse mais ousado ou original talvez conseguisse ser relevante. Com todos os elementos apresentados somados,  O Assassino: O Primeiro Alvo é apenas uma diversão ligeira e rapidamente esquecível.

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