Review | O Culto de Chucky

Pode-se dizer que a franquia Brinquedo Assassino está dividida em três fases. A trilogia original, da qual adoro o primeiro filme e os demais gosto apenas por causa do Chucky, já que nunca chegaram aos pés de seu antecessor. Daí vem a fase trash-cômica, que acho tenebrosa, com A Noiva e O Filho de Chucky, e então chegamos à atual fase, onde em 2013, Don Mancini, o criador do boneco, se reinventou e lançou A Maldição de Chucky, que considero o melhor desde o original.

Agora em O Culto de Chucky, Mancini mantém elementos que fizeram sucesso nos filmes anteriores, como a própria Tiffany de A Noiva de Chucky, o climão de suspense de A Maldição de Chucky e até mesmo o já-não-mais-garoto Andy Barclay, eternamente perseguido por Chucky nos filmes originais.

Pontuando o que é bom: a personagem Nica (Fiona Dourif), o clima de suspense, as cenas de morte sanguinolentas e a hora certa de fazer graça me agradam, algo que o filme original tinha – e que Mancini trouxe de volta em A Maldição de Chucky – e é mantido aqui.

Mas isso é pouco diante de uma história exageradamente confusa que se passa num hospital psiquiátrico, onde o fan-service acaba se misturando com o plot principal e parecendo que só existe para agradar aos fãs. Andy e Tiffany (Jennifer Tilly) não são aproveitáveis para a história (tá, a cena de abertura e a pós-créditos são legais).

Além disso, o tal “culto” nunca é desenvolvido realmente, parece mais que Chucky teve aulas com Voldemort de como dividir sua alma em várias partes. Ao final, nota-se várias semelhanças desse filme com Sexta-Feira 13 – Parte 5. Lá, tentaram trazer de volta a franquia depois do final digno do Parte 4, onde Jason morre definitivamente (ele só seria ressuscitado no Parte 6), mas o resultado é terrível.

O plot é quase parecido com o daqui, Tommy (que era garoto no filme anterior) vai para uma espécie de instituto ao ar livre para doentes mentais e tem visões de Jason atacando (idêntico à personagem Nica). Lá, os malucos convivem livres e soltos até que ocorre o primeiro assassinato e ninguém sabe quem pode ter sido, mas Tommy jura ter sido Jason (muita semelhança com Nica culpando Chucky).

O problema é que lá faltou direção e o roteiro é inexistente, são apenas mortes que se sucedem, aqui Mancini pelo menos teve uma ideia e dá certa dignidade a ela, mesmo que por vezes exagere em suas pretensões e escolhas.

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