Review | MIB: Homens de Preto Internacional

A primeira pergunta que vem à mente sobre MIB: Homens de Preto Internacional é: quem achou que seria uma boa ideia trazer novamente aos cinemas uma história que já se encerrara aos trancos e barrancos há sete anos? Detalhe: antes desses sete anos, MIB já estava no ostracismo há uma década – MIB 2 foi lançado em 2002, enquanto MIB 3 voltou aos cinemas apenas em 2012.

O primeiro MIB: Homens de Preto foi um sucesso no final da década de 90, ao trazer uma interação entre humanos e CGI de forma ousada antes mesmo do aguardado Star Wars: Episódio I – A Ameaça Fantasma (1999) de George Lucas – que jurou não ter feito a nova trilogia antes por não ter a tecnologia necessária na década de 70, mas isso é outra história.

Ao compasso de Hellboy, que recentemente também ganhou uma sequência desnecessária e com uma proposta que não se justifica, este MIB: Homens de Preto Internacional já chega datado, mesmo que tente se apoiar num empoderamento que nem seus personagens parecem levar a sério – os próprios Chris Hemsworth (Thor) e Emma Thompson (A Bela e a Fera) fazem piada com isso.

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Humor a todo custo

A parceria entre Hemsworth e Tessa Thompson, que vem desde Thor: Ragnarok, talvez seja o que mais chama atenção aqui, mesmo assim, não é algo que salve o filme de sua mediocridade. Hemsworth – que funcionou muito bem no mediano Caça-Fantasmas (2016), outro filme que voltou anos depois com o empoderamento em pauta – aqui é relegado ao papel de fazer graça a todo instante. Parece que alguém gritou em Hollywood: “Hemsworth é bom ator de comédia” e todos acreditaram nisso e encaixaram diversas piadas – péssimas – em suas falas.

Já Tessa Thompson é a que mais se destaca no elenco – que ainda tem um apagado Liam Neeson (Vingança a Sangue Frio) e uma desperdiçada Rebecca Ferguson (Missão: Impossível – Efeito Fallout). Ela é a mulher que vai à luta atrás de seu sonho de se tornar uma agente, após ter tido uma experiência extraterrestre quando criança e não ter sua memória apagada. Seu jeito aborrecido funciona como um bom contraponto ao excesso de piadinhas do parceiro Agente H (Hemsworth), e a parceria entre ambos funcionaria ainda mais se não relegassem ambos a serem apenas engraçadinhos.

Inclusive, há uma necessidade tão grande de se fazer graça que em dado momento o longa apela para uma celebridade do humor – no caso do Brasil chamaram Serginho Mallandro – para arrancar risadas do espectador.

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Para não ser injusto, há um personagem – claro, em CGI – que tem os melhores momentos de humor do filme: o boneco Pawny (voz de Kumail Nanjiani) tem boas sacadas e faz referências ao cinema, como Diário de Uma Paixão, e tirará risadas dos cinéfilos.

Fica difícil entender como o diretor F. Gary Gray – dos bons Uma Saída de Mestre e Straight Outta Compton: A História do N.W.A. – aceitou ter sua assinatura diluída em um produto de estúdio sem qualquer autenticidade ou boas sequências de ação. em um filme que “celebra” a parceria entre Thompson e Hemsworth, mas que não vai muito além de algumas risadas espaçadas numa trama boba e sem apelo.

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