Review | Robin Hood – A Origem

Algumas lendas são eternas e Robin Hood é uma delas. Depois de diversas adaptações para o cinema e para a TV, com destaque para a versão de 1991, Robin Hood: O Príncipe dos Ladrões, que trazia Kevin Costner e grande elenco, chega aos cinemas uma adaptação com aparência mais modernizada que conta a origem do lorde que se revoltou contra a coroa inglesa: Robin Hood: A Origem

Tentando surfar na onda dos filmes de origem como Tomb Raider: A Origem e Rei Arthur: A Lenda da Espada, a produção que tem assinatura de Leonardo DiCaprio escalou Otto Bathurst para a direção e o jovem Taron Egerton (Kingsman) como Robin Hood.

Na história, Robin de Loxley está prestes a se casar com Marion (Eve Hewson de Ponte dos Espiões) quando recebe a ordem do Xerife de Nottingham (Ben Mendelsohn de Jogador Nº 1) para se juntar ao exército das Cruzadas. Quando retorna, vê que sua amada está agora com Will (Jamie Dornan de Cinquenta Tons de Cinza), um dos líderes de seu povo. Robin se junta a um Frei excomungado (Tim Minchin de The Unbelievers) e ao comandante mouro Little John (Jamie Foxx de Baby Driver) em uma revolta contra a corrupta coroa inglesa e precisará do apoio de Will e Marion para conduzir o povo.

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O elenco de apoio merece destaque mais pelos nomes do que pelo que estes fazem com suas personagens, isso já diz muito sobre as pretensões do marketing do filme, contar com rostos famosos para interpretar personagens caricatos e previsíveis e, assim, atrair mais público.

Apesar do esforço de alguns, como Foxx e o hilário Minchin, as atuações caricatas repletas de frases prontas e discursos exaltados por ora combinam com o tom folhetinesco da produção, mas em certa altura de projeção a gritaria já cansou os ouvidos do espectador.

Nem mesmo a presença de um sóbrio F. Murray Abraham (Amadeus) interpretando um ameaçador cardeal que comanda as ações do Xerife por trás dos panos contribui para uma trama mais pé no chão, já que sua participação é mínima.

O roteiro do filme é raso e, embora haja uma tentativa de modernizar a lenda daquele que rouba dos ricos para dar aos pobres, Bathurst não impor uma marca em sua direção completamente desajustada, fazendo com que a história dependa mais do alívio cômico ou de vermos os bandidos se darem mal. Sherlock Holmes de Guy Ritche se mostra um exemplo de como aliar boas e divertidas atuações a uma produção bem estilizada e com ação envolvente. Aqui, a ação é apagada e sem uma gota de sangue sequer.

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O maior problema de Robin Hood – A Origem fica para a edição picotada das cenas de ação que não trazem imersão alguma ao espectador, até mesmo quando os personagens andam por becos apertados ou conversam entre si os cortes são exagerados, dando a impressão não de uma história acelerada, mas de que os editores não sabiam como deixar um roteiro sem graça mais eletrizante. O tiro saiu pela culatra.

Com uma abertura que pede ao espectador para esquecer tudo o que ele já viu e sabe sobre Robin Hood, o filme se assume como uma tentativa de emplacar uma franquia medieval moderna, mas apela aos velhos costumes e requenta ideias sem conseguir ao menos trazer a discussão social que seu protagonista trouxe consigo desde os primórdios e que o fez sobreviver por tanto tempo como uma lenda.

 

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