Review | Traffik – Liberdade Roubada

Em Traffik – Liberdade Roubada, o diretor Deon Taylor (Meet the Blacks) faz uma sessão noventista com lampejos de coisas boas, mas seu estilo cafona e ultrapassado de filmar não ajuda em nada.

A história tem o plot mais batido possível para um thriller: um casal apaixonado vai passar um tempo relaxando em uma casa isolada, no meio do caminho uma gangue de motoqueiros tatuados e mal encarados os provoca e rola uma briga, mas tudo se resolve com a chegada da xerife. O casal segue sua viagem e aproveita alguns momentos na casa, até que um casal de amigos também chega para lhes fazer companhia, mas, claro, mais cedo ou mais tarde aquela gangue irá aparecer para mostrar que o assunto não havia terminado, pelo menos não do jeito que eles queriam.

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Taylor, a princípio, parece que fará da belíssima Paula Patton (Missão Impossível: Protocolo Fantasma) um bode expiatório de um possível exploitation. Ela desfila com roupas curtas, biquínis e decotes e a câmera de Taylor faz questão de focar em suas curvas. Tudo isso poderia ser justificado caso, futuramente, acontecesse algo, porém tudo fica na sugestão, apenas parecendo os desejos de um adolescente reprimido que não sabe muito bem como explorar a beleza feminina sem parecer gratuito.

Além disso, incomoda que os personagens – com exceção de Brea (Patton) – são pessoas ruins ou tem algo no passado que os condena. Entendo a escolha de querer pintar Brea como a heroína da história, mas essa unilateralidade é preguiçosa, força o espectador a antipatizar com todos – não que não mereçam – e não a torcer para Brea por identificação.

No entanto, depois que descobrimos qual o “segredo” que envolve aquela gangue – que não é tão segredo assim devido ao título do filme – a história ganha em tensão mesmo que ainda não tenha ares de filme denúncia, como os créditos ao fim sugerem.

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Apesar de alguns tropeços de Taylor na direção, como na péssima escolha de um slow motion irritante e desnecessário, ele consegue finalizar o filme sem possíveis exageros – o que pode ser até decepcionante para o público acostumado a esses clichês – evitando um confronto direto entre Patton e o líder da gangue do mal.

Traffik – Liberdade Roubada acaba sendo decepcionante por trilhar caminhos já explorados diversas vezes, assim como pela direção travada de Taylor e por não ser tão relevante como filme denúncia.

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