Review | Ace Combat 7: Skies Unknown

Eu me considero um jogador experiente em simuladores de combate aéreo e fico bem à vontade para falar em uma mesa de bar sobre o assunto (talvez uma mesa de bar nunca tenha tocado nesse assunto, mas deu pra entender). No início deste século, as minhas noites e finais de semana eram em frente ao meu velho PC jogando Warbirds e, mais tarde, IL-2 Sturmovik. Os bons anos jogando praticamente isso me fizeram gostar ainda mais de aviação e conseguir notar quando um simulador de combate aéreo era eficaz naquilo que propunha. E é seguro afirmar que Ace Combat 7: Skies Unknown, novo jogo da aclamada franquia que começou como Air Combat nos arcades, mantém o reinado da série nos consoles.

No novo jogo produzido pela Project Aces e distribuído pela Bandai Namco, o que mais importa é o quão competente o título de combate aéreo, que poderia muito bem se propor a ser um arcade, consegue ser crível em uma física de voo complicada e com um gameplay ágil como exige o estilo, mesmo com um controle, sem a necessidade de joysticks especiais ou algo do tipo. Jogar Ace Combat 7 é, sobretudo divertido e mesmo com algumas frustrações dada a dificuldade de algumas missões do jogo (coloca difícil nisso), o sabor que fica é de entrar de cabeça mais e mais nos objetivos que te são propostos.

Sendo competente no que importa, Ace Combat 7, claro, não é perfeito em tudo. Sua história é fraca, confusa e contada de forma pouco atrativa. No jogo você encarna um piloto ex-presidiário de codenome Trigger, mas vê a história do ponto de vista de Avril Mead, uma mecânica de aviões oseana que se vê em meio a um conflito sediado no universo fictício da série de Ace Combat. Neste sétimo título, a história segue os eventos de Ace Combat 4 e 5 e narra a guerra entre a Federação de Osea e o Reino de Erusea.

A tentativa de trazer uma narrativa fictícia mas que se assemelha muito a conflitos reais já vividos pela humanidade, principalmente no âmbito político, é bastante válida. Mas a complexidade da história, aliada a cenas em computação gráfica com personagens pouco expressivos não cativa o jogador e, depois da terceira ou quarta missão o que você mais quer é pular aquilo tudo e partir para o combate.

Modo expert que não assusta

Antes da primeira missão, é dada ao jogador a opção de escolher entre os dois esquemas de controle de voo: Padrão ou Expert. Apesar do nome, o Expert é o modo como Ace Combat 7 deve ser jogado. Isso porque ele reproduz a movimentação comum de um manche de avião, ou seja, se você deseja fazer uma curva para a esquerda você vai virar o analógico para a esquerda e depois puxar o analógico para baixo para fazer o avião “subir” e então fazer a curva. Já no modo Padrão, ao virar o analógico para a esquerda o avião já realiza os dois movimentos automaticamente. Pode parecer mais prático, mas não é. Confie.

Composto por 20 missões, Ace Combat 7 tinha tudo para cair na armadilha de produzir missões repetitivas e enfadonhas, mas elas são extremamente variadas, com objetivos bastante diferentes umas das outras, o que evita o desgaste do jogador. No entanto, caso você não faça a escolha correta de aeronave e armas para a missão, a chance de se frustrar por não conseguir atingir o objetivo no determinado tempo que lhe é dado é bastante grande.

Inclusive, a existência de tempo para as missões serem concluídas é uma faca de dois gumes. Ao mesmo tempo em que ela deixa o combate mais intenso, já que obriga você a se engajar, ela também te coloca em situações de desvantagem, te dando pouca manobra estratégica. Por causa dela, você vai se ver obrigado a entrar em um combate fechado contra aeronaves que são muito melhores que a sua nesse estilo de duelo. Por causa dela você vai precisar passar por alvos no solo mais devagar do que você queria, ficando exposto para aviões inimigos.

RPG nos ares

Ace Combat 7 possui uma árvore de aeronaves. Isso mesmo. Uma árvore de aeronaves. Tal qual um RPG, a cada missão realizada ou partida multiplayer jogada, você recebe pontos que pode utilizar para adquirir novos aviões, novas peças (para melhorar atributos como dificultar a formação de gelo nas asas) ou novas armas (ar-ar, ar-terra, entre outras). No decorrer da campanha, a escolha certa de aeronave, peças e armas é crucial para o sucesso ou fracasso das missões. A variedade de objetivos e, além disso, o cenário em que a missão se passa devem ser levados em conta na escolha. Em locais muito frios e com muitas nuvens, o sistema anticongelante é essencial, por exemplo.

O multiplayer de Ace Combat 7 é simples, divertido, mas pouco eficaz. Com dois modos de jogo, um mata-mata com oito jogadores, que vence aquele que atingir a maior pontuação e uma disputa entre dois esquadrões de quatro pilotos cada, o combate é frenético e possibilita o que a campanha não dá, o pensamento estratégico. No entanto, o sistema de salas com diversas regras que podem ser alteradas poderia ser muito bem substituído por filtros e um pareamento de jogadores.

 

[wp-review id=”11096″]

Este review foi produzido com uma cópia de Xbox One cedida pela assessoria de imprensa da Bandai Namco do Brasil.

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *