Review | Far Cry New Dawn

Far Cry 5 chegou para nós em março de 2018 e, menos de um ano depois, a Ubisoft anunciou, em plena The Game Awards, que Far Cry New Dawn chegaria em fevereiro deste ano. A grande pergunta que permeou a mente dos jogadores era: precisamos de uma novo Far Cry tão cedo assim? Mesmo com esses questionamentos, a produtora francesa manteve o script e, em 15 de fevereiro, lançou Far Cry New Dawn, encarado por ela como um novo jogo, mas pela comunidade como uma expansão. Afinal, um novo Far Cry tão cedo assim não poderia ser um revés para uma franquia já desgastada pela repetição? Confira no nosso review de Far Cry New Dawn!

Continuando a história

Far Cry New Dawn se passa 17 anos após o fatídico final de Far Cry 5 e nele vemos uma sociedade americana tentando se reconstruir em um mundo pós-apocalíptico, em que a natureza já tomou conta da situação e se adaptou à nova realidade. Neste novo título, você encarna o Capitão (ou Capitã dependendo do sexo do protagonista escolhido no início) e é uma espécie de braço direito de Thomas Rush, um novo salvador da América que está percorrendo o país ajudando comunidades que sobreviveram ao final do quinto jogo. Você acaba encontrando Prosperity, uma comunidade que está tentando trilhar novamente seu caminho em Hope County mas que esbarra em um grupo chamado Salteadores, liderados pelas gêmeas Michey e Lou. Aqui, sua missão é acabar com as irmãs e permitir que a sociedade cresça novamente.

A nova Hope County é diferente da já vista em Far Cry 5. O cinza e marrom dão lugar ao verde e rosa, resultado da mutação sofrida pelo mundo após os eventos do final de Far Cry 5. O reflexo é sentido, inclusive, nos animais, com a presença de criaturas mutantes, sofredoras do caos que tomou conta da América nos últimos anos.

Mesmo sendo apresentado como um novo jogo, Far Cry New Dawn poderia muito bem ser uma DLC. Talvez tenha sido concebida assim, mas em sua produção tomou proporções maiores do que esperado e, por isso, acabou sendo lançado com um jogo novo. No entanto, Far Cry New Dawn traz menos novidades do que o esperado, mesmo que isso não o torne um jogo ruim. Tudo que deu certo no quinto título da franquia está aqui, inclusive as armas de aluguel, seus companheiros de jornada que possuem habilidades especiais e contribuem para uma abordagem diferente do jogador com relação ao combate.

Repetir pode ser uma boa…

Assim como uma expansão bastante elogiada, Far Cry New Dawn resgata também o humor já visto, por exemplo, na expansão Blood Dragon, de Far Cry 3. Aliado à boa dublagem brasileira, os personagens e NPCs presentes no jogo abusam do coloquialismo, dos palavrões e dos trocadilhos. Aqui em Far Cry New Daw, a Wikipedia se torna Wiki-Bean-ia.

Mesmo assim, Far Cry New Dawn ainda é excelente quando o assunto é jogar. Sua mecânica e gameplay continuam fluidos e divertidos, como é de se esperar de um jogo da série Far Cry. A experiência de se jogar é aliada aos elementos de loot e RPG existentes nesse novo jogo, principalmente no combate e nas armas. Estas, por sua vez, aderiram ao sistema de raridade e cada sessão delas possui a sua. Influenciando, inclusive, no desenrolar da história, já que é impossível concluir uma missão de nível 3 com armas de nível 2, por exemplo.

Mas a grande carta na manga de Far Cry New Dawn é a sua ambientação e qualidade visual. O mundo pós-apocalíptico somado ao visual steampunk do título é um deleite aos olhos. O rosa predominante junto de outras cores tornaram Hope County um mundo mais vivo e atrativo que em Far Cry 5. Esse ambiente, inclusive se transporta para a mecânica de criação de armas. Na nova Hope County você precisa coletar sucata e outros recursos para liberar novas armas, incluindo uma muito específica: um lançador de serras que, mesmo com a aparência caseira, se torna mortal se sabiamente utilizado.

… mas também pode não ser

A grande moeda de Far Cry New Dawn é o etanol. É com ele que o jogador consegue aprimorar todos os recursos disponíveis em Prosperity e conseguir os itens necessários para avançar na história e pode ser conquistado de três formas: atacando comboios dos Salteadores, coletando caixas de suprimentos que são entregues por aviões e, a maior fonte de etanol do jogo, liberando postos avançados espalhados pelo mapa.

A grande novidade com relação aos postos avançados é que em Far Cry New Dawn, ao tomar um posto pela primeira vez, o jogador tem duas opções: mantê-lo para poder utilizar como uma base mais avançada no mapa ou então explorá-lo em sua totalidade para conseguir mais etanol às custas de entregar o posto avançado novamente para os Salteadores, que nesta segunda vez estarão com uma dificuldade ainda maior. A vantagem desse sistema é que a cada nova dificuldade os itens disponíveis no posto avançado melhoram, no entanto, ter que liberar por três vezes o mesmo local pode soar um pouco repetitivo para os jogadores.

A busca pelo etanol é constante em Far Cry New Dawn e, pelo menos até o início do terço final do título, as missões secundárias e a exploração dos postos avançados condizem com o rumo em que a história está tomando: você precisa de etanol para deixar Prosperity cada vez mais preparada e auto-suficiente e precisa de especialistas para ter mais recursos em sua base. No entanto, ao se aproximar do final do jogo, mesmo você tendo evoluído Prosperity praticamente ao seu máximo, Far Cry New Dawn deixa de lado a contextualização das missões paralelas como vinha fazendo para torná-las meros instrumentos de grind/farm, para conseguir evoluir seu personagem (por meio dos tradicionais pontos de vantagens) e suas armas ao máximo, para então enfrentar o desafio final do jogo.

Novidades bem-vindas

Uma das novidades de Far Cry New Dawn são as mIssões de Expedição que são liberadas após você evoluir pela primeira vez o heliponto em Prosperity. Você pode realizar estas missões sozinho ou em co-op (faça em co-op que sua experiência será ainda melhor) e elas são executadas em um cenário diferente do mapa do jogo, tornando-se assim bons respiros de ambiente dentro do jogo. Outras missões que possibilitam uma mudança de ares são as de Caça ao Tesouro, que deixam de lado o combate e priorizam a resolução de puzzles.

Enfim, mesmo sendo uma continuação de Far Cry 5, New Dawn ambienta os novos jogadores às histórias que aconteceram no jogo anterior. Então, se você jogou o quinto título vai achar interessante encontrar velhos personagens e descobrir o que aconteceu com eles após o final da saga de Joseph Seed. Porém, caso você não tenha jogado, obviamente perderá um pouco da experiência, mas não ficará perdido, porque New Dawn trata de situar o novo jogador e recontar as principais histórias existentes.

 

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Este review foi produzido com uma cópia física de Xbox One cedida pela assessoria de imprensa da Ubisoft no Brasil.

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