Review | Resident Evil Village

Para quem curte os games da franquia, Resident Evil Village é um prato cheio, com muito sangue, sustos e ação. O game dá sequência aos acontecimentos de Resident Evil 7 Biohazard, mantendo Ethan Winters como protagonista.

Mas para abordar todos os aspectos do novo game, vamos por partes:

Gráficos e Som

Os gráficos e o som transformam a experiência de Resident Evil Village em algo maior do que ela mesma. Mesmo nos consoles básicos da geração anterior, o título tem performance impressionante e, acima de tudo, uma edição de som que torna tudo ainda mais aterrorizante.

Se possível, jogue com bons fones de ouvido para atestar como a Capcom caprichou nos detalhes. Não são raros os momentos que temos a impressão de estarmos sendo perseguidos, com estalos e movimentos nos flancos do protagonista.

Mesmo armado e bem preparado, você sempre estará alerta, uma sensação que permeia todo o game e é daquelas que nem sempre se encontra em games de terror modernos.

Enredo

Resident Evil Village possui um enredo muito bom, complexo, que envolve o jogador. Depois dos acontecimentos de RE 7 Biohazard, Ethan tenta levar uma vida normal ao lado da esposa Mia e de sua filha Rosemary.

Mas a aparente calmaria ganha novos contornos nos minutos iniciais do jogo, quando temos a aparição de Chris Redfield, veterano da franquia, e em um intenso tiroteio, Mia é assassinada e Rosemary e Ethan são sequestrados.

Em seguida, ainda sem compreender os recentes acontecimentos, Ethan acorda em um vilarejo, cheio de mistério e destruição, onde uma figura religiosa parece ser especial para quem vive (ou vivia ali), Mother Miranda.

Começa então a saga de Ethan, que para resgatar sua filha terá que enfrentar muitos inimigos e resolver alguns quebra-cabeças. Como é (ou deveria ser) tradição na franquia, nunca se sabe o que virá pela frente, por cima ou pelos lados. Os sustos são garantidos.

Estilo de jogo

Resident Evil Village mantém alguns dos pontos fortes da franquia, com muitos locais para exploração, objetos escondidos, tantos outros para se combinar e raros itens de cura.

Conforme o jogador se aprofunda na narrativa, tesouros aparecem, assim como algumas missões secundárias. Mesmo pequenas, essas missões podem ser feitas posteriormente, caso o foco inicial seja chegar ao final da história, obrigando o jogador a revisitar o game.

Aliás, falando em foco, vale destacar que o jogo pode ser zerado em aproximadamente 10 horas – o que pode frustrar alguns –, mas essa duração pode dobrar se você buscar a platina.

Uma adição importante é a presença do personagem Duque, uma espécie de mercador com interesse em comprar os tesouros e outros objetos que você encontra pelo caminho, permitindo ao jogador melhorar suas armas e adquirir itens de cura. É possível ainda fazer refeições junto a Duque, melhorando assim os atributos de Ethan.

Retrospectiva e Inimigos

Se você não é fã assíduo da franquia, mas se interessar por Resident Evil Village, uma boa notícia: não é preciso ter jogado RE 7 Biohazard para compreender os caminhos que nos levam a este novo desafio.

Isso porque a Capcom nos brinda com uma retrospectiva dos acontecimentos do título anterior. No entanto, como não poderia deixar de ser, recomendo que jogue RE 7 Biohazard para ter uma noção mais ampla dos desafios e da mente de Ethan Winters.

Resident Evil Village reúne grandes desafios e uma variedade ampla de inimigos, alguns bem fortes e que darão trabalho para derrotar (leia-se: a gigante Lady Dimitrescu), além de outros três vilões principais: Donna Beneviento, Salvatore Moreau e Karl Heisenberg, seguidores de Mother Miranda, cada um com seu nível de dificuldade e terror.

Mas o desafio se expande com a presença de vampiros, bruxos, algumas criaturas muito parecidas com lobisomens, e até vilões parecidos com robôs. Se você é daqueles que pensa que atirar na cabeça dos inimigos é a solução definitiva, é melhor rever seus conceitos.

Para os fãs do gênero survival horror, em que sobreviver é o maior desafio, Resident Evil Village é um prato cheio. Aliás, um dos melhores de toda a franquia criada por Shinji Mikami e iniciada em 1996.

Basta juntar a trilha sonora arrepiante, os belos gráficos e as cenas de terror para chegarmos a um dos melhores games deste primeiro semestre. Vale lembrar que o game foi testado no Xbox One S e em certos momentos tivemos alguns travamentos, algo que não deve acontecer nos consoles da nova geração.

Resident Evil Village cumpre o prometido, levando adiante a franquia e concluindo um dos episódios mais interessantes dos últimos anos. Serve, principalmente, como um belíssimo e provável adeus da série aos consoles da geração passada, e lança algumas cartas para os próximos episódios (os quais aguardamos ansiosamente).

Não jogue sozinho… ou melhor, jogue. Assim, seus gritos não serão ouvidos.    

* Resident Evil Village foi testado com cópia digital gentilmente cedida pela Capcom e Theogames

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