Review | Guardiões da Galáxia Vol. 2

Criado por Arnold Drake e Gene Colan, os Guardiões da Galáxia foram introduzidos em 1969 como uma equipe de heróis no século 31, sendo cada um dos integrantes o último de sua espécie. Nos cinemas, a equipe fez sua estreia em 2014, com sua formação mais atual e envolta em muito mistério, já que poucos realmente conheciam os personagens dos quadrinhos. O resultado foi um sucesso estrondoso, que atingiu a marca de um bilhão de dólares, corroborando mais uma aposta da Marvel Studios.

Pela primeira vez, a Marvel expandiu seu Universo Cinematográfico para o espaço, em uma mudança de tom que agradou o público. Mantendo e ampliando os traços de comédia, com efeitos especiais de ponta e personagens de diferentes espécies e personalidades, o filme colocou o Senhor das Estrelas (Chris Pratt), Gamora (Zoe Saldana), Drax (Dave Baustista), Rocket e Groot – dublados pelos astros Bradley Cooper e Vin Diesel, respectivamente – entre os preferidos do público. Assim, este Guardiões da Galáxia Vol. 2, tornou-se um dos filmes mais aguardados da temporada.

A aventura começa com a equipe consolidada, em busca de trabalhos pelo cosmos para manter a união do que chamam de “família”. Em uma destas missões, precisam defender uma importante posse dos Soberanos, uma raça de seres dourados que busca a perfeição. Em troca, recebem a prisioneira Nebula (Karen Gillan), irmã de Gamora, que pretendem entregar às autoridades de Xandar para receber uma polpuda recompensa.

Contudo, Rocket acaba aprontando e os Guardiões entram na mira dos Soberanos. Salvos por um homem misterioso, entram em rota de colisão com o passado do Peter Quill ao conhecer Ego (Kurt Russell), também conhecido como o Planeta Vivo. Aos poucos, o Senhor das Estrelas conhece mais do seu pai, figura que sempre buscou, mas que pode não ser bem aquilo que ele imaginava.

Família

Com a equipe consolidada, família se torna a palavra de ordem neste Guardiões da Galáxia Vol. 2. O roteirista e diretor James Gunn entrega um filme emotivo, mas repleto de humor, que explora ainda mais as facetas individuais de seus personagens. “Há alguns anos estávamos dizendo que queríamos fazer um filme espacial”, afirma Kevin Feige, chefão da Marvel Studios. “E olhando para os quadrinhos, percebemos que tínhamos esse grande grupo de personagens que haviam sido reformados recentemente, chamados de Guardiões da Galáxia, um grupo de pessoas ultrajantes, sendo que um é uma árvore e outro, um guaxinim”.

Mas um fator foi essencial para que o projeto virasse realidade. “Fiquei muito feliz ao apresentar os Guardiões para pessoas que nunca tinham ouvido falar dele. Mas o grande salto foi quando contratamos James Gunn, que inicialmente apenas imaginou o que estávamos passando, depois dirigiu até sua casa, pensou mais sobre isso e aproveitou seu amor por esses tipos de filmes, pequenos animais e por esses personagens”.

Quando se encontraram novamente, Gunn estava 100% a bordo do projeto. “Ele reescreveu o roteiro, fez um novo esboço e acrescentou algumas músicas”, recorda Feige. “E sabíamos que tínhamos algo ainda mais especial do que estávamos antecipando, e o público respondeu a isso. O filme saiu e foi o sucesso que foi. Foi ótimo, porque isso realmente prova um ponto: você não precisa ter lido qualquer um desses quadrinhos. Você não precisa sequer ter ouvido falar de qualquer um desses quadrinhos”.

O escritor e diretor James Gunn relembra sua reação ao ver os personagens serem impulsionados para o zeitgeist da cultura pop. “Foi verdadeiramente gratificante que os personagens dos Guardiões falaram tão profundamente a tantas pessoas em todo o mundo”, ressalta. “No centro do filme, os Guardiões são um grupo de estranhos que se reúnem e encontram uma maneira de fazê-lo funcionar. Eu acho que é esse o detalhe que ‘conversa’ com as pessoas. É uma ótima sensação quando as crianças vêm e dizem que adoraram o filme e que seus pais e avós amaram também. Esses personagens foram capazes de se conectar a todas as gerações ao redor do mundo”.

Ciente disso, foi exatamente este o ponto central que Gunn optou por ampliar nesta continuação. Em Guardiões da Galáxa Vol. 2, além da trilha sonora – que continua excelente e pontual com cada momento decisivo do filme – a família é o centro de tudo. Fora dos padrões, sem regras ou uma fórmula ideal para convivência. Afinal de contas, toda família é assim.

Não se engane pensando que somente Quill é confrontado com questões familiares. Todos os personagens, sem exceção, em algum momento elevam seus pensamentos a questões familiares. Isso traz emoção ao filme, contudo, por outro lado, acaba o enfraquecendo quando o assunto é seu antagonista. Ego é um grande vilão, mas para este que vos escreve, não tanto quanto Ronan, que era mais ‘real’, em um sentido que, cosmicamente falando, não pertence aos Guardiões da Galáxia. Divertido e de encher os olhos, apesar de tudo, é mais um grande acerto da Marvel Studios.

Ah, antes de me despedir, dois detalhes: Baby Groot é de uma fofura insana e carrega alguns dos momentos mais divertidos do filme, que conta com CINCO cenas pós-crédito, nenhuma ligada a Vingadores – Guerra Infinita. Mas uma delas deixa uma enorme janela aberta para Guardiões da Galáxia Vol. 3, que terá Gunn no roteiro e direção novamente. Falaremos mais sobre isso em breve.

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