Review | The Boys in the Band (Netflix)

Desde que assinou um contrato milionário com a Netflix, Ryan Murphy vem sendo uma peça muito importante na criação e produção de projetos recheados de diversidade na plataforma de streaming. Conhecido por ser o criador de diversos sucessos na televisão, Murphy fez sua estreia na Netflix com a série The Politician e neste ano apresentou Hollywood e Ratched.

Além de suas criações, ele também se destaca como produtor, bancando os documentários Atrás da Estante (2019) e Secreto e Proibido (2020). Sua próxima empreitada será a adaptação do musical The Prom, previsto para 11 de dezembro, estrelado por Nicole Kidman, Meryl Streep e Kerry Washington.

The Boys in the Band chega com as mãos de Murphy na produção. Adaptado da peça homônima de 1968, escrita por Matt Crowley e adaptada para os cinemas pela primeira vez em 1970 por William Friedkin (O Exorcista), a reinvenção da história coube ao diretor Joe Mantello, responsável também por reviver a peça na Broadway em 2018 e agora levá-la para as telas.

Trama

A trama gira em torno da festa de aniversário de Harold (Zachary Quinto, de Star Trek), que será no apartamento de Michael (Jim Parsons). Enquanto vamos conhecendo as figuras que farão parte da celebração, o anfitrião faz os preparativos para a festa até ser interrompido pela ligação de seu antigo colega de quarto dos tempos da faculdade, que está angustiado e implora para se encontrar com o antigo conhecido. A união dos amigos fará com que muitos sentimentos até então escondidos sejam revelados.

A princípio o que chama a atenção na obra é o elenco estrelado, abertamente gay, formado por rostos conhecidos da televisão como Matt Boomer, Brian Hutchison, Andrew Rannells, Tuc Watkins, Michael Benjamin Washington, Robin de Jesús e Charlie Carver. O texto enxuto e explícito flui muito bem em cada ator, deixando que cada um deles tenha o seu momento e que expresse suas emoções, dando a devida importância para cada personagem.

O ambiente do apartamento torna-se também um elemento extremamente necessário para a condução da história, já que toda a ação se passa totalmente ali de forma bem equilibrada. A direção de Mantello garante momentos bem tensos e a maneira com que o diretor aborda sua história traz a sensação de que estamos assistindo literalmente a uma peça de teatro filmada, o que gera pequenos desconfortos em alguns momentos.

E por mais que tenha grandes nomes no elenco, é preciso destacar a elaborada performance de Jim Parsons, cada vez mais à vontade e distante de Sheldon Cooper, personagem que interpretou durante as 12 temporadas do fenômeno The Big Bang Theory.

Ambientada em 1968, a história do grupo de amigos que dividem suas aflições, angústias e a busca por seus relacionamentos, sinaliza muito bem com a atualidade. Os sentimentos não são retratados de forma superficial. Muitos assuntos apresentados na trama ainda são muito importantes e presentes na comunidade LGBTQIA+, como intolerância e homofobia.

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