- com a colaboração de Marcos Kimura
A cerimônia do Emmy Awards 2020, realizada na noite de 20 de setembro, trouxe algumas surpresas e novos recordes. Destaque para a comédia Schitt’s Creek, que poucos devem ter assistido no Brasil, mas levou todos os prêmios aos quais foi indicado, além de Watchmen, que somou 11 estatuetas. Embora a audiência americana tenha sido a pior da história da premiação, o Brasil ficou em segundo lugar nos comentários do Twitter em todo o mundo, atrás, naturalmente, apenas dos EUA.
Schitt’s Creek é uma sitcom do canal canadense Pop TV que traz em seu elenco nomes como Eugene Levy (American Pie) e Catherine O’Hara (Os Fantasmas Se Divertem), que ganharam os prêmios de Melhor Ator e Atriz em Série Cômica.
A produção levou ainda as estatuetas de Melhor Ator e Atriz Coadjuvante em Série Cômica para Daniel Levy (filho de Eugene, que criou a série junto com o pai) e Annie Murphy. Aliás, Daniel garantiu ainda os prêmios de Melhor Roteiro e Direção em Série Cômica entre as categorias técnicas do Emmy. Com todos estes prêmios, tornou-se a maior vencedora do gênero na história do Emmy.
Em uma rápida pesquisa, descobrimos que Schitt’s Creek pode ser conferida desde maio no Comedy Central e já conta com SEIS temporadas. Três delas também podem ser assistidas no UOL Play e todas estão disponíveis ainda na Paramount+.
Uma das melhores estreias de 2019 – senão a melhor, segundo Marcos Kimura – Watchmen levou 11 prêmios para a HBO, entre eles de Melhor Minissérie, Melhor Roteiro, Melhor Atriz para Regina King e Melhor Ator Coadjuvante para Yahya Abdul-Mateen II.
Se Schitt’s Creek e Watchmen dominaram suas categorias, Succession foi a grande vencedora em Série Dramática, vencendo o grande prêmio, mais Ator (Jeremy Strong, desbancando seu colega de elenco Brian Cox), Direção e Roteiro. Por outro lado, alguns favoritos acabaram de mãos abanando, como The Marvelous Mrs. Maisel, do Amazon Prime Video, The Good Place, na Netflix no Brasil e The Crown, da Netflix.
Outras surpresas marcaram a noite, como o Emmy de Melhor Atriz Dramática para Zendaya, por Euphoria (HBO), “quebrando a internet”, já que ela é uma das queridinhas dos millenials; de Melhor Direção de Minissérie ou Telefilme para Maria Schrader por Nada Ortodoxa (Netflix); e de Melhor Ator Coadjuvante em Série Dramática para Billy Crudup, de The Morning Show (Apple TV+).
Aliás, esta foi a primeira premiação da Apple TV+, em noite que também marcou a estreia da Disney TV+, com oito prêmios técnicos, a maioria para The Mandalorian, série live-action do universo Star Wars.
Prévia
Ao final, a edição 2020 do Emmy deve ser uma prévia do que podemos esperar das próximas premiações em tempos de Coronavírus, especialmente o Oscar. Distanciamento social, máscaras, vencedores celebrando em suas casas, discursos de agradecimento aos profissionais envolvidos no combate ao vírus. Tudo isso deve se repetir nos próximos eventos.
Não dá para deixar passar também alguns momentos especiais da noite. O primeiro, reuniu alguns nomes que nos deixaram recentemente, com destaque para os atores Naya Rivera (Glee) e Chadwick Boseman (Pantera Negra).
O segundo, que marcou a premiação toda, foi a diversidade. Se os atores negros dominaram diversos prêmios cobiçados, o mesmo não aconteceu entre diretores. Assim, o troféu Governors Awars foi concedido a Tyler Perry, que teve sua trajetória contada por Oprah Winfrey e Chris Rock.
E, por último, mas não menos importante, vários vencedores e apresentadores mandaram recados de olho nas eleições americanas, em novembro. Jimmy Kimmel mirou direto em Donald Trump ao enfatizar o isolamento social e dizer que aquela cerimônia não tinha aglomeração porque não era a convenção republicana, ou quando anunciou o prêmio de reality shows lembrando que, no passado, um dos perdedores da categoria se tornou presidente.
Mas a maioria – como Mark Ruffalo, Melhor Ator em Minissérie por I Know this Much is True (HBO) – optou por pedir que os americanos compareçam à votação (que nos EUA não é obrigatória), para evitar que a abstenção favoreça a reeleição, já que os trumpistas irão às urnas, com Covid ou não.
