Review | 2:22

Desde os primórdios do cinema, o tempo sempre foi um recurso muito utilizado, seja como tema central da trama ou apenas para contar uma história fora de ordem.  Em 2:22 – Encontro Marcado, Dylan (Michiel Huisman, de A Incrível História de Adaline) é um controlador de tráfego aéreo que certo dia quase provoca um acidente devido a uma visão que lhe distraiu. Ele é suspenso temporariamente e nos dias seguintes, começa a notar padrões que se repetem e culminam em um evento às 2:22. A trama – extremamente manjada – poderia ser agradável se o filme não tivesse diversos problemas. E, infelizmente, nada se salva.

O roteiro, que nem é tão confuso, é esmiuçado a ponto de mais de sua metade servir para apresentar os tais padrões que o personagem de Dylan tanto cita, de modo que o espectador consiga entender o que está sendo dito. De tão didático e tão explícito, chega a ser irritante e cansativo, já que o filme não sai do lugar nos primeiros atos.

A única coisa que o filme trabalha de maneira diferente em seu início é o romance entre Dylan e Sarah (Teresa Palmer, de Quando as Luzes se Apagam), uma das passageiras do voo que ele quase acidentou e que trabalha em uma galeria de artes. Só que nem mesmo o romance entre os dois é tratado de maneira eficiente. Com diálogos péssimos e zero de química, o casal é empurrado goela abaixo do espectador em doses nauseantes de doçura, com direito a trilha sonora melosa. É Crepúsculo fazendo escola.

Não satisfeitos em estragar tudo, o diretor Paul Currie (One Perfect Day) e o roteirista Todd Stein (produtor de Até o Último Homem) ainda acham espaço para incluir Jonas (Sam Reid, de 71: Esquecido em Belfast), um artista que trabalha junto de Sarah e que serve apenas para confrontar Dylan e tornar os três em um triângulo amoroso extremamente canastrão.

Sem momentos de tensão – a não ser pelos minutos iniciais onde são mostrados alguns instantes do trabalho de Dylan – o filme acaba indo demais para o lado do romance, já que a trama principal tem pouco a ser explorada e todo o mistério acerca do tal horário das 2:22 já havia sido solucionado no começo. Não há surpresa para o espectador devido à previsibilidade do roteiro e a forma com que ele é desenvolvido. Um mau uso do tempo – ironicamente – e do texto.

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