Review | Pequeno Segredo

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Ano após ano a história é sempre a mesma: queremos um filme brasileiro entre os candidatos ao Oscar de Filme Estrangeiro!

Desde 2004, com Cidade de Deus, o cinema nacional não tem um grande concorrente na premiação. Em 2016 tivemos a animação O Menino e o Mundo concorrendo surpreendentemente em sua categoria, porém, nenhum desses dois concorreu como Filme Estrangeiro, o último candidato foi Central do Brasil em 1999, e o gosto amargo da derrota ainda nos incomoda, pois parece que naquele ano o careca dourado ficou bem perto.

Este ano, toda a discussão acerca de qual filme seria o nosso candidato não foi diferente e Aquarius chegou causando polêmica no Festival de Cannes – para o bem ou para o mal – e parecia que seria o único pré-candidato possível ao Oscar. Eis que a comissão julgadora selecionada pela Secretaria do Audiovisual escolhe Pequeno Segredo como nosso candidato, por este ser um filme que seduziria os votantes conservadores da Academia.

Baseado em fatos reais, o filme conta a história da família Schurmann, mais especificamente de Vilfredo e Heloísa Schurmann (Marcello Anthony e Julia Lemmertz), um casal conhecido por velejar pelo mundo com sua filha Kat.

A linha narrativa se desenvolve a partir de três histórias paralelas que compartilham o tal ‘pequeno segredo’ – um estilo que fez muito sucesso no início dos anos 2000. Por ser uma história triste e real não tem como fugir dos clichês, porém acredito que a grande falha da produção seja o envolvimento do diretor David Schurmann (filho de Heloísa e Vilfredo) no projeto. O filme acaba soando muito mais como seu desabafo para o mundo sobre a história de sua família do que qualquer outra coisa, chega a soar novelesco. Agradavelmente, o filme não segue para o lado dramalhão, David Schurmann poderia ter ido por esse caminho e fazer do pequeno segredo uma grande chatice, porém sua leveza ao contar a história acaba tendo um resultado agradável.

O filme não é ruim, muito pelo contrário, é bem conduzido, os atores estão ok, nada canastrões (exceto para os estrangeiros) e a história, apesar de triste, é contada de forma singela e bonita. Só que ao final da película, você levanta da cadeira do cinema, vai embora e não vê o filme como um vencedor do Oscar. Posso estar enganado, mas esse foi o grande erro de sua escolha como candidato do Brasil, você não se envolve com personagens e tampouco se vislumbra com detalhes técnicos, é uma história real, mas muito pessoal.

É indicado para toda família, alguns irão se emocionar mais, outros menos, porém, uma coisa é certa: dificilmente irá nos emocionar em fevereiro na premiação do Oscar.

Assistiu ao filme? Acredita que ele tem chances de concorrer ao Oscar de Filme Estrangeiro? Comente e deixe sua opinião.

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