Review | Rebel Moon – Parte 1: A Menina do Fogo (Netflix)

Quando Zack Snyder anunciou que seu novo filme para a Netflix seria um Star Wars como deveria ser feito, a bravata soou pretensiosa e metida a besta. Após assistir a primeira parte de seu Rebel Moon: A Menina do Fogo chegamos à conclusão que era mesmo muito barulho por quase nada.

Snyder amontoa clichês partindo de Os Sete Samurais – como Sete Homens e um Destino, Vida de Inseto e Mercenários das Galáxias– em que Kora (Sophia Boutella), uma guerreira foragida escondida em um planeta de camponeses vê sua vida sossegada ser interrompida pela chegada do Império de quem ela estava fugindo na figura de um caricato vilão vivido por Ed Skrein, de Deadpool.

Pense num lugar comum, e vai estar lá: o líder que quer negociar com os bandidos e se f(*)de. Check. A heroína se revelando para salvar um inocente. Check.

Aí, Kora parte em busca de ajuda levando consigo um camponês bonitão que é apaixonado por ela, interpretado por um profissional como interesse romântico de estrelas, Michiel Husman, que já fez papel equivalente em A Incrível História de Adeline e, é claro, Game of Thrones, como o namorado da Kaleese.

Tem cena de briga no bar? Check. Tem um malandro misterioso que aparece do nada com uma nave? Check. Tem uma espadachim oriental fodona com chapéu de aba larga e espadas que cortam tudo? Check.

Chato

O plot twist do final não redime o festival de lugares comuns, que tem o pior defeito para um filme de ação, que é ser chato. O ritmo apressado, a direção desleixada e o roteiro genérico não permitem que você se importe com qualquer personagem, nem mesmo a protagonista, apesar do evidente esforço de Sophia.

Um parênteses aqui. É pena que a grande chance desta atriz, ginasta e dançarina como protagonista seja desperdiçada nesta joça. Como coadjuvante ou vilã, ela roubou a cena em Kingsman, A Múmia (com Tom Cruise) e Atomic Blonde. Snyder faz com que a gente não se importe com o que possa acontecer com sua personagem, de tão ruim que é o filme.

No elenco ainda estão Djimon Honsou (Guardiões da Galáxia), Ray Fisher (o Cyborg de Liga da Justiça), Bae Dona (de Sense8), Charlie Hunnam (Filhos da Anarquia), Alfonso Herrera (também de Sense8), Jenna Malone (saga Jogos Vorazes) e Anthony Hopkins, como a voz do robô Jimmy, narrador da história.

Há alguma chance da segunda parte redimir o todo? Talvez, mas acho que é a mesma do Fluminense ter batido o Manchester City na final do Mundial. E nem tem os tais 15 minutos de excelência apregoados por Fernando Diniz.

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