Review | Assassinato no Fim do Mundo (Star+)

Esta minissérie que está na plataforma Star+ me chamou a atenção por ser estrelada por Emma Corrin, jovem atriz inglesa que surgiu para o mundo como a jovem Diana Spencer de The Crown. Outros nomes se destacam no elenco como Clive Owen, Joan Chen (que era A atriz chinesa de Hollywood nos anos 1980), a brasuca Alice Braga e Brit Marling, que também é showrunner junto com Zal Batmanglij.

Brit estrelou e produziu junto com Batmaglij, The AO, uma obscura série de ficção científica de 2016 (que pode ser vista na Netflix e que quando passou pela primeira vez só eu e minha amiga Tatiana Nicolini assistimos), que tinha uma primeira temporada muito boa, mas na segunda caiu e em seguida foi cancelada.

Emma é Darby, uma jovem detetive amadora que ganhou certa notoriedade ao identificar um serial killer que atuou impune durante décadas. A resolução do crime, no entanto, levou ao fim de seu relacionamento com o parceiro-namorado Bill (Harris Dickinson, de Triângulo da Tristeza), que posteriormente se torna um artista-interventor famoso.

Anos depois, ela é convidada para um retiro para notáveis em um hotel na Islândia pelo magnata da tecnologia Andy (Clive Owen), que é uma mistura de Elon Musk, Jeff Bezos e Mark Zuckerberg. A mulher dele, Lee (Brit Marling), é uma ex-hacker de quem Darby era fã, com quem tem um filho, Zoomer.

Entre os demais convidados estão Bill; Sian (Alice Braga), uma médica que foi a primeira mulher a pisar na Lua; Lu Mei (Joan Chen), uma investidora chinesa; e o ambientalista Rohan (Javed Khan, de Gangues de Londres). O local fica literalmente no fim do mundo, em meio à desolação branca e gelada.

Um chefe de segurança fiel a Andy, um chef e uma babá-enfermeira lideram o staff, mas o servidor (literalmente) mais importante é o assistente virtual Ray, uma inteligência artificial desenvolvida pela empresa do magnata, que controla e monitora o ambiente.

Whodunit

Já no primeiro dos sete episódios, o talento investigativo de Darby será posto à prova, quando um dos convidados é morto. A partir daí, passa a ser um bom e velho whodunit, aqueles romances policiais ingleses em que um assassinato é cometido num local isolado e o detetive deve encontrar o culpado entre as poucas pessoas presentes.

Se a estrutura é antiga, os temas abordados são bem contemporâneos, como o iminente apocalipse climático, o mundo de privilégios dos super ricos, feminicídio, violência doméstica patrimonial (tema da moda no Brasil), a dependência digital e, é claro, a Inteligência Artificial.

A narrativa depende muito da jovem Emma Corrin, que se revela uma atriz muito promissora, especialmente quando comparamos esta atuação com a de The Crown: mal dá para reconhecer a mesma pessoa nos dois papéis.

Clive Owen usa o peso de nome mais famoso do elenco para se impor como o multimilionário arrogante, egocêntrico e paranoico. Brit Marling certamente se escalaria como Darby se fosse mais jovem. É sempre um prazer ver nossa Alice Braga superando o estigma de latina e assumindo personagens que independem da etnia, mas que exigem uma imagem feminina poderosa.

Vale conferir esta produção que já está completa no Star+.

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