Review | Fundação – 2ª temporada (Apple TV+)

Uma das produções mais ambiciosas da plataforma Apple TV+, Fundação retornou este ano, após um final de temporada um tanto decepcionante em 2021. Baseada nos livros escritos por Isaac Asimov, a série começou de forma espetacular ao mostrar o Império Galáctico sediado em Trantor, cuja decadência é prevista pelo matemático Hari Seldon (Jared Harris, de Chernobyl) por meio de uma disciplina criada por ele, a psico-história.

A garota prodígio Gaal Dornick (Lou Llobel) é convidada por ele a Trantor, ao mesmo tempo que o Imperador (Lee Pace, de Guardiões da Galáxia) concorda com a tese de Seldon de criar uma mega enciclopédia chamada Fundação, que reduziria a idade das trevas que sucederia a queda do Império.

Um grupo de voluntários embarca para o distante planeta Terminus para instalar esse repositório de todo o conhecimento existente, que é visto pelo monarca e sua corte como um exílio para Seldon e seus seguidores.

A segunda temporada começa séculos depois desses acontecimentos, quando Dornick desperta de um sono criogênico e encontra sua filha, Salvor Hardin (Leah Harvey), que se tornou guardiã da Fundação, mas após um ataque, acabou se perdendo no espaço.

Enquanto isso, em Trantor, o Imperador reinante da vez, conhecido como Dia, quer romper a tradição da clonagem e gerar um herdeiro com uma consorte escolhida, Sareth (Ella Rae-Smith, de Into the Badlands), o que perturba não apenas suas versões velhas, Entardecer (Terence Mann, de Sense8), e jovem, Amanhecer (Cassian Bilton), como a misteriosa Demerzel (Laura Birn, de Caçada Mortal), a última androide do Império, que é ama, criada, amante e guarda-costas dos monarcas há séculos.

Personagem misteriosa e fascinante desde a primeira temporada, nesta ficamos sabendo mais sobre ela e da guerra que dizimou sua espécie.

Compêndio

Umas das maiores dificuldades desta adaptação é transformar uma obra que mais parece um compêndio de história – a inspiração de Asimov foi Declínio e Queda do Império Romano, de Edward Gibbon – para uma série de TV, com personagens que o público pode se identificar e se importar.

Os showrunners David S. Goyer (Sandman) e Josh Friedman (Crossbones) fizeram uma ginástica, mas conseguiram estender as vidas de Dornick e Seldon através dos séculos por meio da criogenia, Inteligência Artificial, clonagem e outros modos convincentes, para que pudéssemos ter a quem acompanhar.

No Império, a própria forma de clonagem dos monarcas é destaque, com Dia, no seu auge, Amanhecer, no aprendizado, e Entardecer, com a sabedoria dos anos, convivendo ao mesmo tempo e permitindo aos atores que permaneçam em seus personagens mesmo que décadas e até séculos tenham passado.

Nesta temporada conhecemos, além de Sareth, sua ama de companhia Enjoiner Rue (Sandra Yi Sencidiver), ex-amante de Entardecer; a esposa falecida de Seldon, Yanna (Nimrat Kaur); e o ex-almirante Bel Riose (Ben Daniels, de Rogue One: Uma História de Star Wars), que é libertado da prisão e enviado para destruir Fundação.

A essa altura da história, a enciclopédia galáctica virou um culto em trono de Seldon, que tem entre seus monges Irmão Constant (Isabella Laughland, que trabalhou na franquia Harry Potter) e Poly Verisol (Kulvinder Ghir, de A Música da Minha Vida), umas das únicas testemunhas da primeira aparição de Seldon em Terminus.

Problemas que aconteceram em 2021 não se repetem agora, dando uma fluência maior à narrativa, apesar das diferenças temporais e espaciais dos diversos arcos. Deve ganhar uma terceira fornada de episódios, porque terminou de forma muito interessante. Vale a pena conferir!

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