Review | Velozes & Furiosos: Hobbs & Shaw

Demorou muito para que um derivado da bilionária franquia Velozes & Furiosos surgisse. Presente nos cinemas desde 2001, o primeiro filme surpreendeu com uma ideia simples e eficiente, que acabou garantindo uma boa bilheteria. Como é lei em Hollywood, se uma produção faz sucesso, então explore-a ao máximo. Aliás, exploração parece mesmo palavra de ordem na franquia, uma vez que o capítulo nove está sendo filmado, com estreia garantida para 2020, enquanto o décimo filme chegará aos cinemas em 2021.

Hobbs & Shaw é o primeiro spin-off, que expande o universo de ação já bastante conhecido do público amante de velocidade. Na pele dos protagonistas encontram-se dois dos maiores e mais carismáticos brucutus de Hollywood, que nos últimos anos vêm levando bastante gente aos cinemas, encabeçando produções de ação.

Presente desde Velozes & Furiosos 5: Operação Rio (2011), Dwayne Johnson é Hobbs, enquanto Jason Statham, visto pela primeira vez em Velozes & Furiosos 6 (2013) é Shaw. A dupla sempre se destacou, mesmo como coadjuvantes de Vin Diesel. A difícil convivência com o dono da franquia também foi um fator determinante para que as coisas fossem apressadas. Assim, chega aos cinemas Velozes & Furiosos: Hobbs & Shaw.

Tentando abocanhar uma fatia do público em meio a tanta concorrência, este derivado encontra seu lugar entre franquias já bem estruturadas. Agora sem Vin Diesel por perto, Dwayne Johnson e Jason Statham são os responsáveis por segurar uma superprodução que tem a responsabilidade de se tornar uma nova franquia. Sem correr maiores riscos, Hobbs & Shaw parte do mais básico e óbvio, buscando na dupla de brucutus o velho clichê de dois caras que se estranham desde o começo, mas que precisam trabalhar juntos para um bem maior. Ou seja, a trama parte de um caminho totalmente seguro, sem correr riscos.

Este slideshow necessita de JavaScript.

Improvável

Hobbs e Shaw são a dupla mais improvável que o cinema tem para apresentar agora. Porém, quando Brixton (Idris Elba), um mercenário geneticamente aprimorado, toma o controle de uma arma biológica perigosa que pode alterar o destino da humanidade para sempre, a dupla vai precisar lidar com as diferenças e ainda contar com a brilhante e destemida agente do MI6 Hattie (Vanessa Kirby), irmã de Shaw, para ajudá-los e salvar o planeta.

Os roteiros de qualquer Velozes & Furiosos nunca prezaram pela coerência ou sensatez, então não poderia se exigir desse filme uma situação diferente. Tendo em mente o que os fãs esperam, Hobbs & Shaw entrega exatamente o que você pode esperar dele: muitas cenas de ação – algumas contrariando qualquer lei da física – reviravoltas nem sempre coerentes, frases motivacionais e muito humor – algo ausente ou mal explorado nos últimos filmes de Velozes & Furiosos.

Além de toda técnica e de eficientes efeitos visuais, o grande mérito do filme é contar com a presença se seus astros. A dupla consegue prender a atenção o tempo todo, sejam se insultando, brigando ou suando a camisa nas cenas de ação. A dupla ajuda muito o diretor David Leitch, aqui menos inspirado do que em produções como Deadpool 2 (2018) e Atômica (2017). A dupla de protagonistas divide a cena com os eficientes Vanessa Kirby e Idris Elba, recém-chegados, mas muito bem escalados e inseridos na trama.

Hobbs e Shaw segue à risca as mais conhecidas cartilhas dos atuais filmes de ação, mas especialmente honra o espírito que consagrou e fez a fama de Velozes & Furiosos, conseguindo muitas vezes ir além. Para os fãs do gênero, cumpre muito bem seu papel. Espera-se que o filme se saia bem mas bilheterias, para que os envolvidos na produção possam trabalhar com menos pressão, se arriscando mais para futuramente entregar uma sequência mais elaborada e menos óbvia – e apelativa.

[wp-review id=”12439″]

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *