Review | Titãs

A série Titãs é o primeiro produto do canal streaming da DC, que no Brasil está sendo exibido pela Netflix. Esqueça as séries da CW – Arrow, Flash, Supergirl e Legends of Tomorrow – a pegada deste programa é mais adulto e sombrio.

Os Titãs originalmente era a reunião dos sidekicks (parceiros) dos heróis principais: Robin, Moça-Maravilha, Aqualad, Kid Flash e Ricardito. Nos anos 80, Marv Wolfman e George Perez remodelaram a equipe, que no Brasil se chamou Novos Titãs, descartando as versões juvenis do Aquaman, Flash e Arqueiro-Verde e criando Ravena, Mutano, Estelar e Cyborg para o que os criadores chamaram não de uma equipe, mas uma família. O título se tornou a campeã de vendas da editora e fez com que a dupla fosse convidada a criar a maior saga das HQs até então, Crise nas Infinitas Terras, inspiração do crossover da CW que está passando atualmente na Warner Brasil.

Os Novos Titãs tiveram um novo surto de popularidade graças à animação do Cartoon Network no início deste século, em versão mais infantilizada, mas com muito carisma, a ponto de terem estrelado o único longa-metragem da DC em 2018, além de Aquaman.

O atual seriado tem um ponto de partida semelhante ao de Wolfman e Perez: Ravena, ou Rachel Roth (Teagan Croft), é a responsável por reunir o time, mas desta vez, involuntariamente, já que a personagem foi rejuvenescida como uma colegial. Portadora de poderes que não compreende, ela encontra Dick Grayson (Brandon Thwaites, de Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar e O Doador de Memórias), já separado do Batman e trabalhando como detetive da polícia; ao mesmo tempo que é caçada por uma desmemoriada Kory Anders (Anna Diop, de 24: Legacy).

Uma misteriosa organização também está em busca da garota e um Robin atormentado pelo passado a ajuda na fuga, encontrando no caminho outros heróis, como Rapina (Alan Ritchson, o Raphael das Tartarugas Ninjas) e Columba (Minka Kelly, de Friday Night Lights) e a Patrulha do Destino, de onde recrutam Mutano (Ryan Potter, dublador original de Hiro de Operação Big Hero).

Mais adiante, junta-se ao grupo Donna Troy (Connor Leslie, de The Man in the High Castle), a Moça-Maravilha. Quem também dá as caras no seriado é Jason Todd (Curran Walters), o segundo Robin, para surpresa de seu antecessor.

Sagas

A trama mistura a Saga de Trigon (demônio extradimensional que vem a ser pai de Ravena) com a transição de Robin para Asa Noturna, e é muito melhor costurada que os produtos da CW, que parecem extensão de Smallville. Aqui, ao contrário, o pau e sangue corre solto, com direito a cenas de sexo e culto satânico.

Jantar especial com a Patrulha do Destino

A escalação do elenco é um dos grandes trunfos: Thwaites é um ótimo Dick Grayson, Connor Leslie é Donna Troy e a jovem Teagan Croft carrega bem a perturbada e muitas vezes infantil Rachel/Ravena. Ana Diop, para quem sobrou diversos insultos racistas por ser negra e a Estelar das HQs ser uma alien de pele e cabelos dourados, reproduz bem a personalidade fogosa e literalmente hot da princesa Koriand’r. Ryan Potter sofre com o orçamento curto, que faz com que ele só se transforme em tigre (verde); enquanto Alan Ritchson e Minka Kelly são obrigados a se virar nos 30 com uniformes fiéis aos quadrinhos, mas pouco práticos e muito bregas em live-action.

O final desta primeira temporada aposta todas as fichas numa continuação – já confirmada – deixando o espectador em choque até a nova estreia. O que se sabe até agora é que o Jason Todd terá participação fixa na segunda temporada, assim como Donna Troy e a dupla Rapina e Columba.

Vale lembrar que a Patrulha do Destino, que tem caras manjadas como Matt Boomer (White Collar), April Bowlby (Two and a Half Men), Alan Tudyk (Rogue One: Uma História Star Wars), o ex-astro de cinema Brendan Fraser (para quem não lembra, da trilogia A Múmia) e ainda o ex-007 Timothy Dalton substituindo Bruno Bichir, já tem data para estrear sua própria série: dia 19 de fevereiro.

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