Buraco no Tempo – Amen Jr e a resiliência moderna em roupagem vintage

 

Quem me conhece sabe o quanto a banda Amen Jr tem me acompanhado nos últimos tempos. E também tem percebido o quão próximo tenho andado da banda e de seus lançamentos. Por isso, acaba sendo inevitável ter um lado pessoal e sentimental na análise de um trabalho tão delicado e profundo como o que vem a seguir.

Formada por Ulysses Manso (Vocais e Guitarra), Gustavo Ferraz (baixo e synths), Carlos Bezerra (guitarras e synths) e Gabriel Ewbank (bateria), a banda traz não apenas em seu som, mas também em toda estética visual o que há de mais interessante nos anos 80. Sejam os efeitos e sintetizadores, assim como as roupas e estética visual, tudo está lá, como se um show ou um clipe da banda fossem uma viagem no tempo.

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Bebendo em influências como Michael Jackson, Madonna, Toto, New Edition, Rick Springfield, entre outros, a banda veio ao longo dos últimos anos, trabalhando nesse que é oficialmente o primeiro disco dos mesmos.
Além disso, a banda precisou se adaptar às condições impostas nesse período, começando o processo de criação de forma remota,para posteriormente reunir-se em uma casa nas montanhas para finalizar a gravação do disco.

Em abril desse ano, a banda lançou no youtube o documentário “Buraco no Tempo”, mostrando parte do processo vivido pela banda ao longo desse período, criando uma prévia do disco que acaba de ser lançado, trazendo detalhes e relatos sobre as inspirações e também sobre técnicas e equipamentos utilizados.

Das 13 músicas do disco, várias já são conhecidas do público, pois haviam sido lançadas como singles e já fazem parte do setlist da banda, como 100desespero” (com participação do saxofonista Milton Guedes), Mysterio”, Você Me Faz Tão Bem” e a incrível “Voltar no Tempo”, que sempre traz um momento bastante sentimental e reflexivo aos shows da banda.

Entre as novidades, destaque para a faixa de abertura “Mundo Distante”, as belíssimas “Passou da Hora”, “Justo Agora” e “primeira vez”, além da instrumental “Man on The Moon” e a reflexiva “Espelho”.

Num geral, o que vemos é um grande disco, com cheio de personalidade, e com letras que trazem reflexões sobre o tempo e a vida, mas que também refletem, não apenas nas letras mas em todo o processo, sobre a resiliência.

E isso, em tempos modernos, é algo raro.

 

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