Review | Monarch: Legado de Monstros (Apple TV+)

Quando foi anunciada uma série do Monsterverse da produtora Legendary, desconfiei a princípio, mas pelo menos uma coisa era positiva de saída: ela ia sair pela Apple TV+. Não é que tudo que o streaming da maçã de Steve Jobs seja bom, mas suas produções são, no mínimo, caprichadas. Monarch: Legado de Monstros alcançou esse mínimo, com sobras.

A ação principal acontece após o primeiro Godzilla de 2014, com a nipo-americana Kate (Anna Sawai, de Pachinko) e o japonês Kentaro (Ren Watabe) descobrindo que são irmãos e que o pai, Hiroshi (Takehiro Hira, de Gran Turismo: de Jogador a Corredor), tem duas famílias.

Ele desapareceu durante um voo no Alasca e tem ligações com a misteriosa agência Monarch. Na verdade, os vínculos de Hiroshi com a organização responsável por monitorar os titãs não se restringem à pesquisa: sua mãe Keiko (Mari Yamamoto, de Tokyo Vice) e seu pai Bill (Anders Holm, de Um Senhor Estagiário) praticamente fundaram a Monarch.

Aliás, o personagem Bill Randa já era conhecido por quem acompanhou os filmes, tendo sido vivido por John Goodman em Kong – A Ilha da Caveira.

Lee Shaw (Wyatt Russell), Keiko (Mari Yamamoto) e Bill (Anders Holm) à busca de titãs pelo mundo

Essa segunda linha temporal começa ainda nos anos 1940, pouco depois da II Guerra Mundial, quando o então tenente Lee Shaw (Wyatt Russell, o Agente Americano de Falcão e o Soldado Invernal) é encarregado da segurança da doutora Keiko Miura em uma pesquisa de campo nas Filipinas.

Lá eles encontram o criptozoólogo Bill Randa e juntos encaram um navio desaparecido e um kaiju. Esses incidentes são levados ao Estado-Maior das Forças Armadas Americanas, que criam o incipiente embrião da Monarch.

De volta ao século XXI, em 2015, Kate e Kentaro buscam pistas sobre o pai junto com a ex dele, a hacker May (Kiersey Clemmons, a Iris West de Flash), e passam a ser perseguidos por agentes da Monarch, até que descobrem o idoso, mas nem tanto, Lee Shaw (Kurt Russell, pai de Wyatt), em uma casa de repouso.

Esses são, em linhas gerais, os pontos de partida da série de 10 episódios, todos já disponíveis. Como disse anteriormente, as produções da Apple TV+ são caprichadas, e além das ambientações convincentes em vários lugares do mundo, a aparição dos kaijus – incluindo Godzilla – são tão impressionantes como no cinema, e fazem diversas referências aos filmes, inclusive na cena final.

O orçamento é obviamente inferior, mas o desenvolvimento da história é melhor que, pelo menos, Godzilla 2 e Godzilla versus Kong. E muito disso se deve à lenda Kurt Russell, que carrega a trama na força do carisma.

Mesmo que se enrole em episódios com tramas paralelas – como da personagem May, meio perdida no rolê – a série mantém-se numa ascendente até o episódio final, que envolve idas a mundos paralelos e um possível gancho para Godzilla e Kong: O Novo Império, que chega aos cinemas dia 28 de março.

Ponto positivo para o Monsterverse e para a Legendary, que expande um universo interessante, que pode render outras séries e derivados no cinema, para quem é fã destes titãs e para quem ainda descobriu suas façanhas e os temores que causam numa humanidade que teme aquilo que desconhece.

Anna Sawai e Takehiro Hira estão escalados para Xogun: A Gloriosa Saga do Japão, baseado em um romance de James Clavell que originou uma minissérie de sucesso nos anos 1980. A nova versão está anunciada para fevereiro, e deve ser exibida no Star+.

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